Introdução: O câncer mamário é a neoplasia mais comum entre mulheres no Brasil e no mundo, configurando um importante problema de saúde pública. Mesmo com os avanços diagnósticos e terapêuticos, a detecção do câncer de mama, em estágio avançado, ainda é comum, e a mastectomia – parcial ou total – costuma ser a alternativa mais indicada para essas pacientes. Apesar das novas técnicas cirúrgicas, são relatadas complicações associadas a esse tratamento, como a síndrome da mama fantasma (SMF), que consiste na sensação de existência da mama após a sua retirada, englobando sensações dolorosas ou não e afetando a qualidade de vida dessas pacientes. Objetivos: Realizar revisão de literatura acerca da síndrome da mama fantasma em mulheres mastectomizadas. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica utilizando as bases de dados PUBMED, utilizando a estratégia de busca “phantom breast syndrome OR post-mastectomy NOT radiotherapy” e na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando a estratégia de busca “breast phantom syndrome AND mastectomy”, ambos sem limitações linguísticas e entre 2012 e 2022. Resultados: Ao realizar os cruzamentos dos descritores, foram encontrados 517 resultados no PUBMED e 11 na BVS. Desses, foram selecionados sete artigos para esse estudo. Os fatores de risco para a alta incidência da SMF nas pacientes com câncer de mama mastectomizadas ainda não estão bem esclarecidos. Alguns parâmetros foram observados nos estudos como o tipo histológico do câncer, a gravidade do seu estadiamento, o perfil psicológico, a idade, o estado civil e a ocupação da paciente. As mulheres mais jovens apresentam uma maior probabilidade para o desenvolvimento da síndrome devido ao significado estético da mama e sua relação com a feminilidade e sexualidade. Ainda, observou-se que a principal forma de prevenção e obtenção de um melhor prognóstico consiste no suporte psicológico relacionado às mudanças na imagem corporal, no apoio dos cônjuges e tratamento das dores após a amputação. Conclusões: A importância dessa temática reside na necessidade de uma melhor adequação do tratamento e na abordagem interdisciplinar das pacientes, o qual exige acompanhamento pré e pós-cirúrgico de modo a evitar ou reduzir o desenvolvimento e danos causados pela síndrome da mama fantasma.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida