Introdução: A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose de extrema importância clínica, sendo o Brasil sozinho responsável por 90% dos casos em humanos na América Latina. O avanço da LV em Palmeira dos Índios, município de Alagoas, em decorrência da correlação entre alta reprodutividade do vetor Phlebotominae em matéria orgânica e a falta de um sistema de saneamento básico no município (instituído apenas em 2021), fez com que a Secretaria de Saúde reforçasse ações para combater a LV, por meio de medidas de proteção individual, tais como uso de mosquiteiro com malha fina, telagem de portas e janelas e uso de repelentes. Além disso, medidas de controle ambiental foram adotadas, como uma maior limpeza urbana, eliminação dos resíduos sólidos orgânicos, eliminação de fonte de umidade, não permanência de animais domésticos dentro de casa, entre outras, visando não só impedir a disseminação da doença, bem como assegurar o reconhecimento precoce dessa, que esteve em alta durante um período de quatro anos. Tais ações se mostram importantes, tendo em vista os graves prejuízos que podem ser gerados na saúde da população local. Objetivos: Descrever o perfil epidemiológico de LV, através da proporção de casos, em moradores de Palmeira dos Índios-AL, de 2016 a 2020. Métodos: Utilizou-se o método epidemiológico descritivo, realizando uma coleta de dados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde, na seção de “Leishmaniose visceral”, tendo como abrangência geográfica Alagoas. Selecionou-se, posteriormente, as variáveis “município de residência" e os anos de 2016 a 2020. Resultados: Em 2016, a proporção de casos de LV em Palmeira dos Índios, em relação ao total de municípios de Alagoas, foi de 13,79%; em 2017, 14,81%; em 2018, 15,15%; em 2019, 12% e, em 2020, 5,76%. Conclusões: A ocorrência de casos de leishmaniose visceral em Palmeira dos Índios apresentou um maior índice percentual em 2018, tendo uma crescente percentil dos anos 2016 a 2018 (maior número de ocorrências) e apresentou um declínio a partir de 2019. Isso pode indicar que as ações promovidas surtiram efeito, apresentando menores riscos para a população palmeirense.
Comissão Científica
Velber Xavier Nascimento
Laércio Fachin
Axel Helmut Rulf Cofré
Renata Chequeller de Almeida