As nanopartículas de uma forma geral têm atraído consideravelmente o interesse dos pesquisadores, em especial, a área farmacêutica destaca-se pelo grande escopo de trabalhos desenvolvidos. Dentre os materiais nanoparticulados, o óxido de zinco (ZnO) apresenta características interessantes tais como, biocompatibilidade, baixa toxicidade, atividade antioxidante, antibacteriana e antifúngica e ainda, capacidade de incorporação de nanopartículas magnéticas (MNPs) em sua superfície (MALAIKOZHUNDAN, 2018; NAIK et al., 2019). As MNPs exibem excelente resposta a um campo magnético, o que lhes confere seletividade no sistema biológico, permitindo a entrega direcionada de fármacos, reduzindo a toxicidade sistêmica e possibilitando o aumento da eficácia terapêutica (VERMA et al., 2020; SURESHKUMAR et al., 2016). O objetivo deste trabalho consistiu em avaliar a citotoxicidade do óxido de zinco magnético contendo diferentes quantidades de magnetita em uma linhagem de fibroblastos e determinar a concentração segura para futuros estudos de atividade biológica. A linhagem L929 foi cultivada em meio DMEM, suplementada com 10% de soro fetal bovino e 1% de antibióticos (penicilina/estreptomicina), os quais, foram incubados a uma temperatura de 37 °C, em incubadora com atmosfera umidificada e 5% de CO2. Os meios de cultura foram substituídos a cada 2-3 dias, de acordo com o metabolismo da linhagem celular. As células foram tratadas com concentrações de 1, 3, 4, 5, 10, 16, 32 µg/mL, permanecendo em contato com os tratamentos por um período de 24 horas, em uma concentração de células de 1x104 por poço (CHEN et al., 2019). A viabilidade celular foi avaliada por meio dos ensaios de MTT e vermelho neutro, e as análises feitas utilizando o GraphPad Prism. Para comparar os tratamentos foi realizada a análise de variância (ANOVA) de uma via, seguido do teste post hoc de Tukey, foram considerados estatisticamente diferentes valores com P<0,05*, P<0,01** P<0,001***. Os resultados obtidos pelos ensaios colorimétricos MTT e vermelho neutro demonstraram diminuição da viabilidade celular quando aumentou-se a proporção de ferrita e a concentração das nanopartículas, mostrando assim que somente as menores concentrações (1-5 µg/mL) são as mais seguras para futuros ensaios in vivo (MIRI et al., 2019). Por meio destes testes, constatou-se que a citotoxicidade é concentração-dependente, indicando que o aumento da concentração de Fe3O4 potencializou o efeito citotóxico. Futuramente novos estudos serão desenvolvidos para avaliar a segurança e investigar a atividade biológica das nanopartículas magnéticas.
Os trabalhos aprovados pela Comissão Científica do I CONQSFAR constituem a presente publicação, ‘Anais do I Congresso de Química aplicada a Saúde e Farmácia’.
Com esta publicação, esperamos contribuir para o fomento do conhecimento científico divulgando pesquisas que venham ao encontro dos desafios e inovações da Química voltadas à Saúde e das Ciências Farmacêuticas.
Comissão Organizadora
Louhana Moreira Rebouças
Emília Maria Alves Santos
Thiago Moreira Melo
Breno Araújo Barbosa
Comissão Científica
Louhana Moreira Rebouças
Emília Maria Alves Santos
Maria do Socorro Pinheiro da Silva
Francisco Maurício Sales Cysne Filho
Pedro Miguel Cruz Sales
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