O uso de plantas medicinais para o tratamento de doenças foi consolidado com o tempo, por ser uma terapia de fácil acesso, ter menores custos e apresentarem uma ideia de menor agressão ao organismo. A Casearia sylvestris, guaçatonga, é uma planta brasileira, que possui várias propriedades terapêuticas, e é utilizada pela população sob diferentes formas, incluindo extratos e chás. Diferenças na preparação do fitoterápico podem comprometer tanto a sua eficácia quanto a segurança do medicamento. Em função da C. sylvestris ser uma das espécies incluídas na RENISUS (Relação de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS), este trabalho teve como objetivo verificar efeitos citotóxicos de chás e extratos etanólicos, preparados a partir de diferentes amostras de folhas de C. sylvestris, uma in natura, coletada no Campus da ESALQ/USP e outra comercial. A identificação macro e microscópica do vegetal coletado foi realizada e, posteriormente, foram preparados os chás (infusão, 20g de folhas/L) e extratos (maceração em etanol, 100g de folhas/L) e submetidos a evaporação do solvente. A citotoxidade foi avaliada em células McCoy (ATCC 1696) e a viabilidade celular determinada pelo teste do Vermelho Neutro. O teor de fenóis e taninos foram verificados por espectrofotometria utilizando, respectivamente, os reagentes de Folin-Ciocalteu e Folin-Denis. A determinação de flavonóis e flavonas foi realizada pelo método colorimétrico que utiliza cloreto de alumínio e 2,4-dinitrofenilhidrazina. A identificação de alcaloides foi realizada utilizando os reagentes de Mayer, Bertrand, Dragendorf e Wagner. Os resultados demonstraram diferentes índices de citotoxicidade, sendo o chá preparado com folhas comerciais o menos tóxico, diferindo da maior toxicidade apresentada pelo extrato etanólico produzidos com folhas in natura. Fenóis totais, taninos e flavonóis foram detectados em todos os fitoterápicos avaliados. Os extratos apresentaram maior teor de fenóis totais, evidenciando a influência do método de preparo na constituição química destas preparações. Chá e extrato produzidos com folhas comerciais apresentaram maior conteúdo de taninos indicando que a origem do vegetal interfere na composição fitoquímica desses preparados. Apesar de vários estudos demonstrarem ausência de toxicidade da C. sylvestris, deve-se ter cautela na sua utilização terapêutica, visto que variações no método de preparo e/ou uso de matéria prima de origens distintas provocaram alterações na composição fitoquímica e citotoxicidade dos fitoterápicos avaliados.
Os trabalhos aprovados pela Comissão Científica do I CONQSFAR constituem a presente publicação, ‘Anais do I Congresso de Química aplicada a Saúde e Farmácia’.
Com esta publicação, esperamos contribuir para o fomento do conhecimento científico divulgando pesquisas que venham ao encontro dos desafios e inovações da Química voltadas à Saúde e das Ciências Farmacêuticas.
Comissão Organizadora
Louhana Moreira Rebouças
Emília Maria Alves Santos
Thiago Moreira Melo
Breno Araújo Barbosa
Comissão Científica
Louhana Moreira Rebouças
Emília Maria Alves Santos
Maria do Socorro Pinheiro da Silva
Francisco Maurício Sales Cysne Filho
Pedro Miguel Cruz Sales
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