Introdução: A Síndrome de Burnout é uma condição psicológica de esgotamento profissional, caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e baixa realização pessoal, decorrente da sobrecarga emocional crônica no trabalho que envolve relacionamento interpessoal de grande responsabilidade. Os profissionais de saúde têm sido destacados como muito suscetíveis à Síndrome de Burnout, pois estão expostos diariamente a um ambiente de trabalho propício, lidam com doenças, sofrimento e morte. Objetivo: Analisar a produção científica nacional e internacional referente à Síndrome de Burnout em profissionais da saúde, de modo a identificar os fatores associados a esta condição e as estratégias de enfrentamento e prevenção. Materiais e Métodos: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura de artigos publicados entre 2013 e 2017, por meio da associação dos descritores: saúde do trabalhador, profissionais da saúde e Burnout, nas seguintes bases de dados: PubMed, SciELO e LILACS. Resultados e Discussão: Foram analisados 57 estudos, dos quais foram incluídos 20 para amostra final desta revisão; cinco estudos foram publicados no Brasil; dez estudos (50%) foram publicados no ano de 2016. Em relação ao delineamento dos artigos analisados, todos são de estudos não experimentais, onde 70% são de corte transversal. Na análise do conteúdo, foram estabelecidas 08 categorias temáticas: características laborais, satisfação com o trabalho, fatores estressores ocupacionais, mensuração dos níveis de Burnout, avaliação das dimensões da Síndrome de Burnout, sintomas físicos e emocionais, identificação dos fatores associados e estratégias de enfrentamento. Oito artigos (40%) referiram o médico como o profissional de saúde mais acometido pela Síndrome de Burnout, onde a maioria (75%) atuava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou emergência hospitalar, um (12,5%) atuava na Pediatria Clínica e um (12,5%) na Atenção Primária à Saúde. Dentre as dimensões da Síndrome de Burnout, a ineficácia ou diminuição da realização pessoal foi a mais frequente (55%) e a despersonalização foi a menos frequente (10%). A presença de ansiedade, relações tensas e estressantes com os colegas de trabalho, sobrecarga mental, tempo de serviço e falta de tempo para família e amigos foram os principais fatores associados à Síndrome de Burnout. Considerações Finais: Os estudos reforçam a importância de reconhecer a Síndrome de Burnout como um problema de saúde ocupacional, uma vez que, a mesma pode gerar implicações para os profissionais, pacientes, familiares e para a organização. Apontam, ainda, a necessidade de políticas organizacionais para promoção e proteção da saúde, planejamento de ações laborais e promoção de um ambiente com melhores condições de trabalho e relações socioprofissionais para estes trabalhadores.
Comissão Organizadora
João Victor de Sousa Costa
ADRIANO CORREIA DE SOUSA
Lilyane Andressa Aguiar Morais de Moura
Yllanna Fernanda de Araújo Oliveira
Heloene de Carvalho Lima
Comissão Científica
DIANDRA CAROLINE MARTINS E SILVA
Jessyca Rodrigues Melo
Thaís Marina Chaves Silva
Aryelle Lorrane Da Silva Gois