Introdução: Na última década, assistimos a um aumento da disponibilidade e utilização de dispositivos eletrônicos, como smartphones, televisão, computadores e tablets. Paralelamente à crescente utilização destes dispositivos, tem havido uma mudança na qualidade do sono dos indivíduos, resultando em um sono ineficiente. A exposição à luz azul de comprimento de onda de cerca de 466-467 nm, proveniente dos dispositivos eletrônicos, durante a fase escura inibe a produção de melatonina de forma aguda, atrasando a hora habitual de dormir. Esse atraso pode causar os mais variados tipos de distúrbios do sono e outras alterações a nível fisiológico e metabólico. Objetivo: Analisar as evidências científicas sobre a relação entre distúrbios do sono e o uso excessivo dos dispositivos eletrônicos. Materiais e Métodos: Trata-se uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados online SciELO, Medline e PubMed, de artigos publicados no período de 2007 a 2017, disponíveis nas línguas portuguesa e/ou inglesa. Foram utilizados os seguintes descritores: sono, distúrbios do sono e dispositivos eletrônicos, associados por meio dos conectivos AND/OR. Resultados e Discussão: Dos 56 artigos encontrados relacionados ao tema em questão, somente 15 artigos atenderam aos critérios de inclusão preestabelecidos, dos quais, 04 (26,7%) são da Austrália, 05 (33,3%) foram publicados no ano de 2014 e 12 (80%) foram encontrados na PubMed. Nove (60%) dos 15 estudos apontaram os adolescentes como os principais usuários de dispositivos eletrônicos. Treze (86,7%) estudos comprovaram a relação entre os distúrbios do sono e o uso de dispositivos eletrônicos, tendo como os principais fatores associados o uso prolongado de televisão à noite, exposição excessiva às mídias sociais antes de dormir e jogar vídeo game no computador, smartphone ou tablet na cama. Dentre os principais distúrbios do sono encontrados nos estudos, destacam-se a insônia, latência prolongada do início do sono, cronótipo e sonolência diurna. Os estudos mostram, ainda, que os picos mais baixos de melatonina e o tempo de início da secreção devido à exposição à luz artificial dos dispositivos eletrônicos correlacionaram-se com menor qualidade e eficiência do sono, e o atraso da hora habitual de dormir relaciona-se diretamente com má higiene do sono e sonolência excessiva diurna. Considerações Finais: Os resultados sugerem que o uso excessivo de dispositivos eletrônicos, principalmente antes de dormir, afetam negativamente a qualidade do sono dos indivíduos. Destacam ainda que os adolescentes são mais vulneráveis às consequências negativas do uso prolongado desses dispositivos, requerendo uma preocupação e maior atenção dos serviços de Saúde Pública em relação ao estilo de vida destes indivíduos.
Comissão Organizadora
João Victor de Sousa Costa
ADRIANO CORREIA DE SOUSA
Lilyane Andressa Aguiar Morais de Moura
Yllanna Fernanda de Araújo Oliveira
Heloene de Carvalho Lima
Comissão Científica
DIANDRA CAROLINE MARTINS E SILVA
Jessyca Rodrigues Melo
Thaís Marina Chaves Silva
Aryelle Lorrane Da Silva Gois