Introdução: Alimentos e bebidas estão constantemente sujeitos a sofrer contaminações por diversos agentes etiológicos, podendo levar ao desenvolvimento de doenças pela ação de microrganismos patogênicos ou suas toxinas. No Brasil, a problemática desse tipo de intoxicação gera preocupações, sendo considerada uma importante causa de morbimortalidade por atingir milhares de pessoas. Objetivo: Caracterizar a ocorrência de notificações de intoxicação por alimento e bebida no Brasil entre os anos de 2011 e 2015. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e quantitativo cujos dados foram obtidos através de consulta à base de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), disponibilizado pelo DATASUS no endereço eletrônico (http://www.datasus.gov.br) acessados entre dias 17 e 19 de março de 2017. A população da amostra foi composta por todos os casos notificados de intoxicação no Brasil em um período de cinco anos. Foram excluídos casos não residentes no Brasil. As variáveis utilizadas incluem: ano, agente tóxico, sexo, UF de notificação, faixa etária e classificação final. A organização e análise descritiva dos dados foram realizadas no programa Microsoft Office Excel. Resultados e Discussão: Foram encontrados 40.879 casos registrados entre os anos de 2011 a 2015. O ano de 2014 foi o mais prevalente com 9.395 casos. Houve uma queda no número de casos de intoxicação alimentar e bebida em todas as regiões do Brasil no decorrer dos anos. Aquela que apresentou o maior número de casos foi a Sudeste com 19.254 (47,10%) notificações, em seguida a região Nordeste com 14.119 (34,54%), o Centro-Oeste com 2.895 (7,08%), o Sul do país com 2.771 (6,78%) e o Norte com 1840 (4,5%) casos. Além disso, houve uma maior prevalência naqueles com idade entre 20 a 39 anos com 15.800 casos (39%) e a menor prevalência ocorreu em crianças menores de 1 ano com 933 (2%) notificações. Foram registrados 23.887 casos masculinos e 16.987 femininos. O Estado de São Paulo envolveu 5.763 (24,13%) homens e 3.006 (17,70%) mulheres, recebendo destaque entre as demais localidades. O segundo foi Pernambuco com 6584 casos notificados, seguido de Minas Gerais com 3491 registros. Apenas os Estados de Rondônia (n=71), Acre (n=2) e Ceará (n=448) apresentaram predominância de casos femininos. Quanto à classificação final, grande parte das intoxicações foi confirmada (N=27.711). A inserção da mulher no mercado de trabalho, o distanciamento do trabalhados nas residências, os hábitos de higiene são alguns dos principais fatores que estão diretamente relacionados à morbidade por intoxicação alimentar. Conclusão: As intoxicações alimentares geram preocupações cotidianas e devem receber atenção especial. É indispensável centralizar o foco nas medidas sanitárias e de higiene pessoal, tornar mais rígida a fiscalização do processamento dos alimentos e intensificar a elaboração e execução de ações preventivas relacionadas à saúde alimentar.
Comissão Organizadora
João Victor de Sousa Costa
ADRIANO CORREIA DE SOUSA
Lilyane Andressa Aguiar Morais de Moura
Yllanna Fernanda de Araújo Oliveira
Heloene de Carvalho Lima
Comissão Científica
DIANDRA CAROLINE MARTINS E SILVA
Jessyca Rodrigues Melo
Thaís Marina Chaves Silva
Aryelle Lorrane Da Silva Gois