INTRODUÇÃO: A meningite é uma doença cuja base fisiopatológica consiste na inflamação das meninges. Um dos fatores que podem levar à essa reação inflamatória pode ser a existência de um processo infeccioso, causado por vírus, bactérias ou fungos. O conhecimento da epidemiologia das meningites é impreciso devido à subnotificação. Devido à existência de várias etiologias, sobretudo bacterianas e virais, nem sempre é possível identificar se estes são causados por bactéria, vírus, ou outro microrganismo, o que dificulta a análise sobre sua incidência, causando elevada proporção de etiologia não especificada entre os casos de meningite notificados no Brasil. OBJETIVOS: Descrever o perfil epidemiológico da meningite no estado do Maranhão no período de 2007 a 2015. MATERIAIS E MÉTODOS: Trata-se de um estudo de abordagem quantitativa, sendo descritivo e exploratório. Para obtenção da amostra fez-se coleta de dados na Plataforma do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) com busca de casos confirmados de Meningite no estado do Maranhão no período de 2007 a 2015, onde as seguintes variáveis foram analisadas: faixa etária, sexo, raça, escolaridade, critério de confirmação e evolução do caso. Os dados foram organizados através Microsoft Excel Professional Plus 2013 por meio da construção de gráficos e tabelas. Posteriormente procedeu-se a análise dos dados para discussão com a literatura. RESULTADOS E DISCUSSÕES: No período de 2007 a 2015 foram notificados no estado do Maranhão 2.022 casos de Meningite. Em se tratando da variável faixa etária, a maior porcentagem de casos notificados ficou entre 20-39 anos correspondendo a 22,3% (451/2.022) seguido da faixa etária 5-9 anos com 18,7% (379/2.022) casos e por fim < 1 ano com 13,3% (270/2.022) casos notificados, divergindo do estudo de Gonçalves et al (2014) realizado no município de Curitiba, onde a faixa etária mais atingida foi a de menores de 5 anos. No que diz respeito ao sexo, o masculino foi predominante correspondendo a 62,8% (1.269/2.022), este achado corrobora com estudo de Labiak et al (2007) em que o mesmo encontrou no seu estudo prevalência do sexo masculino. Em relação a raça, houve predominância da parda 82,4% (1.667/2.022). O critério de confirmação mais utilizado foi o Quimiocitológico 52.2% (1.057/2.022) seguido do clínico 25% (506/2.022). Quanto a evolução do caso 76,1% (1.539/2.022) tiveram alta e 18,5% (375/2.022) evoluíram para o óbito devido a meningite. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se que as meningites atingem em sua maior parte o sexo masculino, indivíduos com baixa escolaridade de raça parda. Esses achados exigem um serviço de vigilância epidemiológica mais organizado e atuante de modo a monitorar adequadamente o comportamento da doença identificando o impacto na saúde da população e a resposta diante de intervenções.
Comissão Organizadora
João Victor de Sousa Costa
ADRIANO CORREIA DE SOUSA
Lilyane Andressa Aguiar Morais de Moura
Yllanna Fernanda de Araújo Oliveira
Heloene de Carvalho Lima
Comissão Científica
DIANDRA CAROLINE MARTINS E SILVA
Jessyca Rodrigues Melo
Thaís Marina Chaves Silva
Aryelle Lorrane Da Silva Gois