INTRODUÇÃO: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), é definido como um transtorno do desenvolvimento presente desde o nascimento, porém em geral os sintomas são evidenciados, quando as demandas sociais excedam o limite de suas capacidades. É caracterizado por deficiência marcada na comunicação; dificuldades na interação social; padrões restritivos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, incluindo os interesses alimentares. Por isso, crianças com TEA em geral, apresentam seletividade alimentar. Mães de crianças com TEA relataram prejuízo na qualidade de vida, o que se associou com as características comportamentais da criança. Assim, com aumento do número de diagnóstico, é necessário que sejam criadas estratégias para melhorar a qualidade de vida de crianças e adolescentes com TEA, pois a presença dos sintomas supracitados, dificulta sua adaptação social. OBJETIVO: O presente trabalho propõe discutir, baseado na literatura existente, a qualidade de vida em crianças no Espectro do Autismo. MATERIAIS E MÉTODOS: Este estudo consiste em uma revisão de literatura de estudos originais sobre a qualidade de vida em crianças e adolescentes com TEA. Foram incluídos trabalhos no idioma português, desenvolvidos e publicados entre os anos de 2007 a 2017, disponíveis nas bases de dados: Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde e Sciencdirect, no qual utilizou-se dos descritores: “Transtorno Autístico”, “Qualidade de Vida”, “Criança” e “Adolescente”. Totalizaram-se 9 trabalhos que constituíram esta revisão. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em uma pesquisa desenvolvida em Uberlândia-MG, com crianças e adolescentes com TEA, observou-se impactos negativos na qualidade de vida relacionada à saúde, quando comparadas ao grupo sem diagnóstico de TEA, tendo efeitos físicos e psicossociais. Contudo, uma pesquisa realizada em São Paulo com crianças e adolescentes com idade entre 4 a 12 anos, foi observado que todas as crianças apresentavam índice de qualidade de vida satisfatório, sendo capazes de fornecer informações sobre si mesma. Os principais fatores que colaboram para a baixa qualidade de vida de indivíduos com TEA, estão relacionados com dificuldades de interação social, que as impossibilitam de participar de grupos e estabelecer laços de amizade. Outra questão bastante apontada pelos estudiosos consiste na dificuldades que crianças e/ou adolescentes com TEA possuem em aceitar modificações na rotina, além de apresentarem retardo mental, em aproximadamente 60% dos diagnósticos. Em outra pesquisa, com crianças e adolescentes com autismo, evidenciou que estes apresentavam menores escores relacionados a qualidade de vida, principalmente quando avaliada a saúde psicossocial, funcionamento social e emocional. Alguns dados na literatura também apontam que quando uma família tem alguma pessoa próxima com diagnóstico de TEA, há um comprometimento da qualidade de vida, principalmente da mãe e irmãos. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pode-se verificar que crianças e adolescentes com TEA, em geral, possuem redução na qualidade de vida, relacionadas principalmente com as alterações comportamentais características do transtorno. Nesse sentido, é importante compreender os fatores associados ao comprometimento na qualidade de vida da pessoa com TEA com vistas a criar estratégias de intervenção que possam contribuir para melhoria da qualidade de vida dessas crianças e adolescentes.
Comissão Organizadora
João Victor de Sousa Costa
ADRIANO CORREIA DE SOUSA
Lilyane Andressa Aguiar Morais de Moura
Yllanna Fernanda de Araújo Oliveira
Heloene de Carvalho Lima
Comissão Científica
DIANDRA CAROLINE MARTINS E SILVA
Jessyca Rodrigues Melo
Thaís Marina Chaves Silva
Aryelle Lorrane Da Silva Gois