INTRODUC?A?O: O tratamento do câncer de mama pode causar sintomas de menopausa precoces e mais repentinos. A síndrome geniturinária da menopausa (GSM) representa um dos efeitos colaterais mais incômodos do tratamento do câncer de mama (CM), resultando em distúrbios desconfortáveis, como secura vaginal, ardor, dispareunia, disfunção sexual, disúria e consequente declínio da autoestima e comprometimento da qualidade de vida. É consenso na literatura moderna que a terapia padrão-ouro é a utilização de estrogênio tópico, no entanto, é contraindicado em pacientes com histórico de CM devido ao risco de recorrência. Nesse sentido, surgiram novas terapias, como a laserterapia (CO2 microablativo fracionado ou érbio não ablativo), a radiofrequência microablativa e os supositórios de ácido hialurônico, que oferecem uma opção não hormonal para o tratamento da GSM. Dessa forma, destaca-se a necessidade da discussão sobre a utilização do laser vaginal na prática clínica, e sua comparação com os outros métodos não hormonais, uma vez que aliviar os sintomas da GSM nessas pacientes com CM ainda é uma necessidade não atendida. OBJETIVO: Discutir a segurança e eficácia da laserterapia vaginal no tratamento da GSM em pacientes com carcinoma mamário. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de estudos coletados nas plataformas: “Pubmed” e “Cochrane Library”; por meio do uso de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Breast Neoplasms”; “Laser Theraphy” e “Genitoruinary Syndrome of Menopause”. Foram incluídos 13 estudos em inglês, entre o período de 2015-2023; foram excluídos estudos repetidos e fora da temática proposta. RESULTADOS: Foi observado que o uso de laser de CO2 fracionado e de laser de érbio possuíram eficácia similar em relação aos sintomas da GSM, trazendo melhoras significativas na pontuação da Escala Visual Analógico (VAS) para dispareunia, ardor e secura vaginal; do Índice de Saúde Vaginal (VHI); do Índice de Função Sexual Feminina (FSFI); e do Inventário da Angústia Urogenital (UDI). Também foi verificado que essa melhora sintomática foi duradoura, permanecendo até 12-18 meses após o término do tratamento, com estudos mostrando efeito em até 36 meses, sem nenhum evento adverso grave observado. No entanto, artigos mais recentes demonstram eficácia superior no uso do modo hyperstack, uma modificação do protocolo do laser de érbio, principalmente em relação à dispareunia superficial. Ainda, dois estudos que compararam o uso de laser vaginal versus laser simulado observaram que não houve diferença entre os grupos, o que pode evidenciar uma possível contribuição do placebo. Em relação aos outros métodos não hormonais, o uso de laserterapia, supositórios de ácido hialurônico e radiofrequência microablativa apresentaram resultados igualmente significativos. CONCLUSÃO: Portanto, a terapia com laser vaginal demonstrou ser um opção eficaz e segura, devendo ser considerada para o tratamento dos sintomas da GSM em pacientes com histórico de CM.
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