Atenção primária à saúde versus obesidade: as dificuldades encontradas no combate a essa pandemia silenciosa
INTRODUÇÃO: Embora a obesidade não seja um problema recente representa uma pandemia silenciosa na contemporaneidade, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A obesidade descrita pelo excesso de massa gorda, devido a um desequilíbrio energético entre uma ingesta de calorias maior que o gasto calórico do indivíduo. Dessa forma essa doença silenciosa é resultante de uma interação multifatorial envolvendo condições genéticas, sociais, ambientais e comportamentais e está frequentemente associada a doenças crônicas, como problemas cardiovasculares, tornando-se um problema extremamente importante dentro da atenção primária à saúde, visto que está inserida no contexto social facilitando o enfrentamento dessa pandemia silenciosa. OBJETIVO: Identificar os empecilhos presentes na atuação da atenção primária no combate da obesidade. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura baseada em 10 artigos nacionais e internacionais presentes nas bases de dados Scielo Brasil e BVS, a partir dos Descritores em Ciência da Saúde (DECS): “obesidade” e “atenção primária”, aplicando o operador Booleano "AND". Inclui-se estudos publicados nos últimos 15 anos, disponíveis em português e inglês e classificados como artigo original. RESULTADOS: Embora a atenção primária ofereça uma equipe de saúde familiar (ESF), somada a atuação do núcleo de apoio a saúde da família (NASF), Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), ações de promoção à saúde e da alimentação saudável, como a implementação do Guia Alimentar para a população brasileira, ainda observa-se uma crescente da população obesa, afinal, existem dificuldades no enfrentamento da obesidade. Dentre tantos problemas, o baixo investimento em qualificação dos profissionais de saúde, a falta de materiais técnicos e informativos e o modelo de gestão baseados na produtividade e cobrança de resultados quantitativos, aliados a uma estrutura precária constituem as principais dificuldades no combate a obesidade. Nessa vertente, essas problemáticas atuam de forma contrária ao princípio de atendimento das RAs, afinal a um impedimento no trabalho em equipe multiprofissional e dificulta a abordagem integral e universal do paciente, impossibilitando a criação de um vínculo e a adesão do tratamento, dificultando a redução da população atingida pela obesidade. CONCLUSÃO: Em suma, o baixo investimento em qualificação profissional e estrutura física adequada, a falta de informação técnica e disponível para toda a população são fatores associados ao aumento da população obesa. Sob esse prisma, faz-se necessário uma atuação mais eficaz do Estado e uma maior aplicação na capacitação técnica, estrutural e informacional, a fim de enfrentar a obesidade e as doenças associadas a essa pandemia silenciosa.
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