INTRODUÇÃO: O câncer colorretal (CCR) ocupa o terceiro lugar em termos de incidência e o segundo em mortalidade em todo o mundo. Como em outras patologias, a etiologia é complexa, uma vez que envolve fatores genéticos e ambientais, sendo a microbiota um fator ambiental relevante. A microbiota contribui com o hospedeiro fabricando enzimas, vitaminas e proteínas e, também, influencia na modulação do sistema imune e na absorção de nutrientes. Diante disso, a disbiose da microbiota altera as funções fisiológicas do hospedeiro, viabilizando a ocorrência de uma inflamação da parede intestinal e uma possível evolução para neoplasias. OBJETIVO: Verificar a relação da microbiota intestinal na prevenção e tratamento do câncer colorretal. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de estudos, extraídos das plataformas Pubmed, Scielo e LILACS. Utilizou-se os descritores “Microbioma Gastrointestinal”, “Prevenção e Terapêutica” e “Neoplasias Colorretais”. Foram selecionadas literaturas em inglês e português, relacionadas à temática, entre os anos de 2018 e 2023. RESULTADOS: Demonstrou-se que a microbiota intestinal tem a capacidade de proteger o hospedeiro contra atividades carcinogênicas. A priori, a microbiota intestinal tem a função de reconhecer, selecionar, regular e absorver os nutrientes que o corpo necessita, além de defender o organismo contra microrganismos presentes nos alimentos. Nesse sentido, foi observado que a disbiose intestinal é precursora de diversas doenças, inclusive do câncer de cólon. Observou-se que em pacientes com câncer colorretal, a diversidade da microbiota estava reduzida quando comparada a uma microbiota de um indivíduo saudável. Evidenciou-se que a microbiota intestinal de um organismo saudável possui mecanismos anticarcinogênicos como; inibição das bactérias responsáveis por converter substâncias pré-carcinogênicas em carcinogênicas; inibição direta da formação de células tumorais; e capacidade de algumas bactérias em inativar a carcinogênese. Diante disso, foram destacados que a intervenção dietética, a utilização de prebióticos/ probióticos e o transplante de microbiota fetal possuem um papel importante na prevenção e tratamento do câncer colorretal. Sendo demonstrado que a intervenção dietética estimula o crescimento de cepas bacterianas que podem converter componentes indigeríveis em metabólitos benéficos, que o uso de probióticos e prebióticos podem inativar carcinógenos ou mutagênicos, inibindo a proliferação celular e melhorando a função da barreira intestinal e que, recentemente, a introdução de transplantes fecais melhorou a resistência contra a oncogênese colorretal. CONCLUSÃO: Portanto, medidas como intervenção dietética, uso de prebióticos/ probióticos e transplante de microbiota fetal demonstraram ter um papel importante para uma microbiota intestinal saudável e, consequentemente, além de proporcionar mecanismos anticarcinogênicos, auxiliam no tratamento do câncer colorretal.
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