INTRODUÇÃO: O câncer gástrico é uma doença multifatorial, com fatores ambientais e genéticos exercendo papel na sua etiologia. Constitui uma importante causa de incidência e óbitos no mundo, uma vez que, somente em 2020, foi responsável por, aproximadamente, 1,1 milhão de casos novos e 769 mil óbitos, ocupando o sexto lugar em incidência e o terceiro em mortalidade, dentre os cânceres. No Brasil, para os anos de 2020 a 2022, foi estimada prevalência anual de 21.230 casos novos, o que confirma a importância de conhecer a epidemiologia desta doença neste país. OBJETIVO: Analisar as taxas de incidência e mortalidade de câncer gástrico durante os anos de 2015 e 2020 no Brasil por meio de dados do Sistema de Informações Geográficas e metodologia de rede. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo ecológico de série temporal em que foram coletadas informações de bancos de dados disponibilizados pelo Instituto Nacional do Câncer e pelo Departamento de Informática do SUS. A busca ocorreu entre maio e julho de 2022 e as variáveis analisadas pela estatística descritiva foram: ano do diagnóstico detalhado e taxas de mortalidade por câncer de estômago, brutas e ajustadas por idade, pelas populações mundial e brasileira de 2010, por 100.000 homens e mulheres, Brasil, entre 2015 e 2020. RESULTADOS: Estudos recentes examinando as tendências globais na incidência e mortalidade do câncer gástrico confirmaram um declínio contínuo em todo o mundo. No entanto, evidencia-se, por meio dos dados, que há uma tendência oposta no Brasil, com um aumento significativo de número de casos entre os anos de 2015 e 2020 (crescimento de 276,15% no número de novos casos). No que se refere à taxa de mortalidade, brutas e ajustadas por idade, pelas populações mundial e brasileira de 2010, por 100.000 homens e mulheres, em 2015 o país registrou uma taxa de 6,3%, enquanto a taxa mundial se evidenciou menor, com registro de 5,83%. No ano de 2020, o Brasil seguiu a tendência mundial com diminuição dessa taxa, registrando um índice de 5,21%, o que representa uma diminuição de 1,09% em 5 anos. CONCLUSÃO: Ao analisar os dados apresentados sobre a incidência e taxa de mortalidade desse tipo de câncer no Brasil, fica evidente que há uma diferença entre os resultados da literatura e os resultados obtidos no estudo, demonstrando um tema importante para análises futuras, com vistas a alinhar estratégias de prevenção e tratamento da patologia.
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