INTRODUÇÃO: Os distúrbios neurológicos são a principal causa de incapacidade e a segunda maior causa de morte no mundo. A depressão é um sintoma psiquiátrico comum em diversos desses distúrbios e é também um fator de risco para problemas como a doença de Alzheimer (DA), conhecida como uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta principalmente adultos mais velhos. Essa relação ocorre pois tanto a DA, quanto o transtorno depressivo maior (TDM) tem um componente comum na neurogênese do hipocampo humano adulto (AHN). Nesse sentido, a ketamina, ou cetamina, é um composto racêmico já usado amplamente como anestésico, que está sendo desenvolvido para tratamento da depressão, que pode impactar positivamente no manejo da DA. OBJETIVO: Avaliar a eficácia do uso de ketamina no tratamento da doença de Alzheimer. METODOLOGIA: Para a composição da revisão integrativa de literatura foram usados 4 artigos em língua inglesa obtidos na base de dados National Library of Medicine (PubMed), com os Descritores em Ciência e Saúde (DeCS) “Alzheimer Disease”, “Ketamine” e “Treatment” entre os anos de 2019 e 2023. Foram excluídos os artigos pagos, duplicados, estudos com resultados incompletos, insuficientes ou que tratassem de outros distúrbios. RESULTADOS: Os resultados demonstram que a eficácia dos antidepressivos convencionais para tratar a depressão na DA é conflitante, especialmente em relação aos inibidores seletivos da recaptação da serotonina (ISRSs). No entanto, a cetamina, um antagonista não seletivo do receptor N-metil-D-aspartato (NMDA), pode mediar uma ampla gama de efeitos farmacológicos, incluindo neuroproteção, propriedades anti-inflamatórias e anticancerígenas, analgesia multimodal e tratamento da depressão, tentativas de suicídio e estado epiléptico. Esses efeitos protetores da cetamina e de seus metabólitos aumentam a resiliência ao estresse e constituem uma intervenção profilática e de tratamento poderosa para distúrbios psiquiátricos. Como analgésico e anti-inflamatório conhecido, tem ação rápida, efeitos duradouros e melhora os sintomas psiquiátricos com uma dose terapêutica menor do que outros medicamentos, com efeitos colaterais mais brandos. CONCLUSÃO: Embora atualmente não haja cura para a DA, existem vários medicamentos aprovados e alvos para tratamento sintomático, contudo, a cetamina pode revelar-se mais eficaz e benéfica para os pacientes do que os tratamentos padrão atuais para a DA porque tem menos efeitos colaterais e um mecanismo de ação mais amplo, rápido e duradouro.
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