INTRODUÇÃO: A epigenética é a alteração herdável na expressão gênica, sem correlação com a alteração primária da sequência de DNA. O epigenoma é o conjunto de mutações epigenéticas que fornece diversidade e diferenciação para as células humanas. Os mecanismos (conhecidos) envolvidos no processo genético são: a metilação do DNA, as modificações de histonas e a expressão de RNA não-codificante. É importante registrar que, esses dispositivos participam da regulação da transcrição humana, ou seja, qualquer falha nesse processo possibilita o surgimento de patologias, normalmente, oncogênicas e genéticas. Em síntese, torna-se claro a necessidade de um estudo aprofundado da epigenética para melhor compreensão dos seus efeitos nas neoplasias. OBJETIVO: Elucidar os impactos da epigenética no desenvolvimento de patologias oncogênicas. METODOLOGIA: Revisão integrativa com o uso, em português, dos Descritores em Ciência e Saúde (DeCS): “patologia”, “câncer” e “epigenética”. Foram utilizadas as seguintes bases de dados: BVS, Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs), com um total de 429 artigos. Foram identificados 34 artigos em inglês com os descritores: “pathology” and “cancer” and “epigenomics”, na base de dados PubMed. No total, foram encontrados 464 artigos. Com o afunilamento de artigos, baseados nos interesses dessa revisão, foram selecionados 9 artigos, disponíveis em inglês ou português. RESULTADOS: As patologias oncológicas estão associadas com a amplificação de mecanismos celulares, como: alta expressão de genes pro-oncogênese, que aumentam a taxa de proliferação de células tumorais e a supressão da resposta humana no câncer de mama triplo negativo. Ademais, no câncer gástrico, destaca-se uma produção alterada de mRNA (RNA mensageiro), um fator epigenético que forma um mecanismo tumoral. Os fatores ambientais contribuem para o surgimento de padrões oncológicos por meio da hipometilação do genoma e de um prognóstico pior, como a infecção por HPV 16 e o vínculo com câncer de pescoço e cabeça. Os estudos de câncer de colo uterino possuem evidência de apresentarem hipermetilação (parte específica do gene) com o silenciamento do gene repressor de tumor e a progressão do tumor. CONCLUSÃO: Em suma, os fatores epigenéticos contribuem na expressão de fatores oncogênicos nas células tumorais, com destaque na hipometilação (todo o genoma) ou hipermetilação. São necessárias mais pesquisas para comprovar essa hipótese, já que a carcinogenicidade é uma doença multifatorial que engloba genes herdados dos pais, quebras e perdas cromossômicas, amplificações gênicas e instabilidade genômica.
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