INTRODUÇÃO: Angiopatia amiloide cerebral (AAC) é caracterizada por um progressivo acúmulo de proteína ?-amilóide nas túnicas de vasos com médio e pequeno calibre no córtex e nas leptomeninges. Essa doença tem seu diagnóstico associado, na maioria dos casos, a outras neuropatologias, em especial a hemorragia intracerebral (HIC) lobar com alto risco de recorrência. Devido a esse subdiagnóstico, a AAC pode ser reconhecida clinicamente por HIC sintomática restrita a partes lobares do cérebro. Dessa forma, diagnosticar a prevalência de AAC isolada, em seu espectro de risco, implicará nas terapêuticas utilizadas e nos prognósticos esperados. OBJETIVO: Compreender a prevalência da Angiopatia Amiloide em casos de hemorragia intracerebral e seus riscos associados. METODOLOGIA: Se trata de uma revisão integrativa de literatura, que contempla estudos em inglês, publicados nos últimos 5 anos, extraídos do banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde. Os descritores usados foram “Hemorragia intracerebral” e “Angiopatia amiloide”. Assim, totalizaram 6 artigos originais de alta qualidade metodológica. RESULTADOS: A análise de dados do centro clínico de pesquisa Albert Szent-György na Hungria, constatou que das 92 HICs lobares/cerebelares, registradas em 4 anos, 47 que tiveram investigação clínica completa, 2 provaram ser AAC definitivo após a morte e 14 foram consistentes com o diagnóstico de AAC clinicamente comprovada. Dessa forma, a AAC é mais relacionada com hemorragia intracerebral lobar/cerebelar, sendo que o fator de risco mais prevalente para o seu desenvolvimento é a presença de hipertensão crônica e a média de idade de 69,1 anos. Além disso, estima-se que 14,7% de todas as HICs espontâneas (n=213) estão relacionadas com AAC, observando, concomitantemente, que os micro sangramentos cerebrais (MSC) estavam presentes em 92,9% dos casos prováveis de AAC. Ademais, em idades mais jovens, ser amiloide positivo aumentou a probabilidade de possuir MSC, os quais podem evoluir para uma hemorragia cerebral grave se não tratada. Acerca dos riscos correlacionados a presença de AAC nas HICs, os estudos trazem que os pacientes com AAC que apresentam hemorragia subaracnóidea convexa (HSAc) têm evolução clínica desfavorável. Embora a HSAc possa aparecer como uma apresentação benigna da AAC, caracterizada por sintomas transitórios, o risco de HIC futuro e morte de pacientes com AAC-HSAc é alto. CONCLUSÃO: A prevalência de AAC é maior nas hemorragias lobares/cerebelares, as quais são agravadas pela idade e a hipertensão crônica, apresentando mais riscos a vida em comparação, por exemplo, com a HSAc, que gera sintomas inicias não maleficentes. Através dessa revisão, observou que apesar do comprovado e alto risco da AAC relacionada com a HIC, ela ainda é pouco diagnosticada e investigada clinicamente. Palavras-chaves: Hemorragia Cerebral; Angiopatia Amiloide Cerebral; Risco.
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