INTRODUÇÃO: As agressões crônicas e repetitivas aos hepatócitos ocasionam a insuficiência hepática que se traduz na ineficácia do órgão em realizar as suas funções. Assim, injúrias no fígado o tornam incapaz de metabolizar substâncias potencialmente tóxicas como a amônia e, portanto, o resultado é o acúmulo do produto na circulação sistêmica. Então, quando em abundância, a amônia atravessa a barreira hematoencefálica e pode provocar o quadro de Encefalopatia Hepática (EH), condição definida por alterações neurológicas e neuropsiquiátricas decorrentes da alta concentração de amônia no sistema nervoso central. OBJETIVO: Compreender como a ingesta proteica pode influenciar no prognóstico dos pacientes com Encefalopatia Hepática. METODOLOGIA: Para a construção desta revisão descritiva e integrativa da literatura foi feita uma busca nos bancos de dados Pubmed e Scielo, em que 8 artigos entre 2014 e 2020 foram selecionados nas línguas portuguesa e inglesa Os Descritores em Ciências da Saúde (Decs) usados foram “Encefalopatia Hepática”, “Amônia” e “Desnutrição”. Foram excluídos artigos que não estavam disponíveis na íntegra e que desviavam do tema proposto. RESULTADOS: Ao decorrer do período de 1883 até o final da década de 1980, a recomendação da restrição proteica como terapia nutricional para pacientes com EH era seguramente defendida. Afinal, a teoria, fundamentada na relevância do acúmulo de composto nitrogenado na EH, indicava que ao reduzir a ingestão de alimentos ricos em proteínas, haveria menos nitrogênio no trato gastrointestinal e, portanto, menor seria a produção e absorção da substância nitrogenada. Entretanto, em outro ponto do cenário, tem-se a significativa prevalência da desnutrição em pacientes com EH, condição ocasionada pelo hipercatabolismo e hipermetabolismo da doença que, somado a sarcopenia, acarreta em piora do prognóstico da EH. Então, baseado na fisiopatologia da doença, a substituição do uso de glicose por proteína como substrato energético, a redução da massa magra e dos substratos para reações enzimáticas resultam em um sistema imunológico comprometido e no prejuízo da recuperação do paciente. Por isso, de acordo com o descrito nos estudos observados, o consumo ideal de proteínas em paciente com EH seria 1,2 a 1,5g por quilo por dia a fim de garantir a adequada evolução da doença e afastar a condição de desnutrição do paciente. CONCLUSÃO: Por fim, a recomendação da terapia nutricional hiperproteica e hipercalórica em casos de EH influencia positivamente na evolução da doença posto que modifica o curso do hipermetabolismo e hipercatabolismo descrito na fisiopatologia da EH. Dessa forma, com o consumo adequado de proteínas, há a diminuição de casos de desnutrição e sarcopenia, condições que pioram a recuperação do paciente com EH e, portanto, há a melhoria do prognóstico do paciente.
Comissão Organizadora
Congresso Construção da Carreira Médica
Comissão Científica