INTRODUÇÃO: Está cada vez mais fundamentado a relação entre microbiota, eixo intestino-cérebro e patologias mentais. Dessa forma, a comunicação bidirecional intestino-cérebro, presente desde o embrião, é vital na manutenção da homeostase posto que, através desse mecanismo, há a produção neurotransmissores importantes passíveis de manipular atividades cerebrais e influenciar na resposta ao estresse e no polo emocional e afetivo do indivíduo. No entanto, situações que envolvam a desregulação desse eixo, como a disbiose, podem implicar no mau funcionamento intestinal e, portanto, acarretar em um estado pró inflamatório do órgão. Assim, a função do metabolismo dos neurotransmissores estará comprometida, influenciando diretamente nas desordens mentais como a depressão. OBJETIVO: Compreender como o uso dos psicobióticos contribuem no tratamento dietético da depressão. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de estudos na qual os artigos buscados são de 2016 a 2020; foram coletados nas bases de dados virtuais Google Acadêmico e PubMed; utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “Depressão”, “Microbiota intestinal” e “Probióticos”. RESULTADOS: Os estudos demostram que o intestino tem um papel significativo na produção de aminoácidos, como o triptofano, e neurotransmissores como a serotonina, histamina e dopamina. Dessa forma, por serem substâncias essenciais para o equilíbrio da saúde mental do indivíduo, a vitalidade intestinal influencia diretamente nas patologias psiquiátricas. Então, para que o funcionamento desse órgão seja satisfatório, a microbiota deve permanecer diversificada e estável. No entanto, pacientes com disbiose apresentam o predomínio de bactérias patogênicas na flora intestinal e, por consequência, há o comprometimento da função do intestino em sintetizar substâncias fundamentais para a resposta ao estresse e ao comportamento em geral. Por isso, o uso de psicobióticos, compostos capazes de aprimorar a composição da microbiota através do aumento da quantidade de bactérias benéficas, são indicados no tratamento dietético na depressão, afinal, oferecem a diminuição da inflamação, aumento da neuroproteção e maior produção de substâncias neuroativas, como a serotonina, que são mecanismos importantes para o bem estar do paciente. CONCLUSÃO: O complexo eixo microbiota-intestino-cérebro apresenta grande influência nas patologias psiquiátricas uma vez que o intestino é responsável por produzir significantes quantidades de neurotransmissores essenciais para manter o bem estar do indivíduo. Entretanto, irregularidades no intestino podem resultar em déficit de serotonina, histamina e dopamina e, portanto, levar a desordens mentais como a depressão. Dessa forma, como estratégia dietética, o uso de psicobióticos favorece a homeostase trazendo melhora do quadro inflamatório e do funcionamento do intestino. Assim, associados ao tratamento farmacológico, ajudam no controle de doenças psiquiátricas.
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