INTRODUÇÃO: A doença de Alzheimer (DA) é um distúrbio cerebral irreversível e progressivo que resulta em perda de memória e incapacidade funcional generalizada. Essa doença tem, como uma de suas características, a formação de emaranhados neurofibrilares da TAU hiperfosforilada, o que está associado à progressão da DA. Nesse sentido, teoriza-se que a inibição dessa agregação poderia ser uma potencial oportunidade terapêutica para bloquear as tauopatias e evolução da doença, entretanto, esse mecanismo ainda está nos estágios iniciais de estudo e precisa ser mais discutido. OBJETIVO: Avaliar a eficácia da imunoterapia experimental com alvo na proteína TAU como alternativa no tratamento da Doença de Alzheimer. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, em que os artigos foram obtidos por meio da pesquisa nos bancos de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e National Library of Medicine (PubMed), sendo usados os descritores, em língua portuguesa e inglesa: “Doença de Alzheimer”, “Imunoterapia” e “Proteínas Tau”. Foram incluídos 5 artigos originais, completos, dos últimos 5 anos, relacionados ao tema proposto. Foram excluídos artigos incompletos. RESULTADOS: Com base nos estudos analisados, as imunoterapias com alvo na proteína TAU ainda estão restritas a experimentos em camundongos e apresentam como resultado ideal final, a inibição da formação dos emaranhados de TAU, os quais impedem o fluxo de nutrientes para as células nervosas, levando à morte celular e, consequentemente, à progressão do distúrbio degenerativo. Entretanto, apesar do objetivo comum, elas podem ser subdivididas em três categorias de acordo com os anticorpos e o mecanismo de interação com o alvo, sendo elas: (1) destruição da proteína, (2) redução da neurotoxicidade, (3) bloqueio da internalização e semeadura. No primeiro grupo, tem-se o anticorpo monoclonal (mAb) BIN1, capaz de reduzir os níveis de TAU fosforilada a partir da indução da maquinaria proteassoma e a ubiquitinação dessas moléculas. No segundo, tem-se um mAb anti-tau com isotipo de imunoglobulina G4 (igG4), o semorinemab, capaz de se ligar às 6 isoformas humanas da proteína e proteger os neurônios primários de sua toxicidade. No terceiro, tem-se o anticorpo D de epítopo central, que é capaz bloquear a semeadura e a progressão da patologia para regiões cerebrais distais; além dele mostram-se presentes os anticorpos 77G7, que inibe a atividade de semeadura da TAU oligomérica e a ligação da tau normal à ela, e os anticorpos DMR7 e SKT82, que impedem a internalização, e reduzem a hiperfosforilação da proteína. CONCLUSÃO: Conclui-se que a imunoterapia com anticorpos TAU seletivos se configura como uma alternativa promissora e potencialmente eficaz para o tratamento da Doença de Alzheimer. Entretanto, ainda há a necessidade de melhor estudar os mecanismos relacionados ao seu efeito terapêutico e suas consequências em tecidos humanos, a fim de se elaborar a melhor e menos danosa terapia possível.
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