INTRODUÇÃO: A síndrome antifosfolípide (SAF) é uma condição pró-trombótica e inflamatória caracterizada por eventos tromboembólicos ou complicações obstétricas combinadas com a presença de pelo menos um anticorpo antifosfolípide (AFL): anticoagulante lúpico (LAC), anticardiolipina (ACA) ou anti-?2glicoproteína I (a?2GP1). A principal manifestação obstétrica da SAF é a perda gestacional recorrente. Atualmente, não há consenso sobre o tratamento desta doença, no entanto a anticoagulação a longo prazo é recomendada na maioria dos casos em pacientes com SAF trombótica. Com isso, os tratamentos com heparina e aspirina estão emergindo como a terapia de escolha para a síndrome associada à perda gestacional recorrente. OBJETIVO: Avaliar e comparar a eficácia dos tipos de anticoagulantes usados para o tratamento da síndrome antifosfolipíde em pacientes gestantes. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de estudos coletados nas plataformas PUBMED e LILACS; utilizando os Descritores em Ciências da Saúde (DeCs): “Antiphospholipid Syndrome”, “Pregnancy” e “Heparin”. Nesse contexto, como critérios de inclusão dos artigos, foi definido que os estudos deveriam ser originais, com publicações entre 2018 a 2023 e publicados em língua inglesa. RESULTADOS: Os estudos analisados avaliaram e compararam a eficácia dos tipos de anticoagulantes utilizados para o tratamento da síndrome antifosfolípide em gestantes associado a perda gestacional recorrente. Os artigos demonstraram que o uso de heparina e aspirina estão sendo a escolha principal no tipo de método terápico. Além disso, compararam a eficácia do uso combinado de certos anticoagulantes com o uso de outros não combinados para o tratamento. Com isso, constataram que houve uma diferença estatisticamente significativa entre dois grupos de tratamento em relação à taxa de nascidos vivos. Um grupo foi composto por mulheres grávidas que receberam heparina de baixo peso molecular (HBPM) combinada com aspirina, enquanto o outro grupo recebeu apenas aspirina. Concluiu-se que a taxa de nascidos vivos em mulheres grávidas com SAF foi maior na administração de aspirina combinada com HBPM do que apenas com aspirina. Ademais, um dos estudos comparou o uso de heparina subcutânea de baixo peso molecular com o uso de imunoglobulina intravenosa, sendo que as mulheres tratadas com a HBPM tiveram uma taxa maior de nascidos vivos. CONCLUSÃO: Portanto, o tratamento com aspirina e heparina de baixo peso molecular leva a uma taxa maior de nascidos vivos em mulheres com história de abortos recorrentes associados a essa síndrome do que a obtida apenas com aspirina. Dessa forma, o tratamento com HBPM mais aspirina deve ser considerado como a terapia padrão para perda gestacional recorrente associada à SAF.
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