INTRODUÇÃO: A retinopatia diabética é uma doença geralmente assintomática e se mantém como uma das principais causas de perda de visão evitável e cegueira em indivíduos entre 20 e 74 anos. Quando se trata de uma retinopatia mais branda, costuma-se tratar com terapia medicamentosa; porém, quando há agravo do quadro clínico e formação de edema macular diabético, são indicadas as injeções intravítreas com agentes antiangiogênicos. As injeções de maior importância clínica são bevacizumab, ranibizumab e aflibercept, sendo que cada uma possui suas particularidades, com seus efeitos adversos e benefícios clínicos. OBJETIVO: O objetivo deste estudo é comparar as vantagens e desvantagens dos principais fármacos antiangiogênicos utilizados no tratamento da degeneração macular por retinopatia diabética. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura de artigos encontrados através das bases de dados PubMed, Scielo e Google Acadêmico, a partir dos Descritores em Ciências da Saúde, em português, “Retinopatia Diabética”; “Injeções Intravítreas” e “Terapêutica”, usando o operador booleano “E”. Foram selecionados 5 artigos publicados entre os anos de 2017 e 2023, redigidos em português e inglês, disponíveis na íntegra on-line, sendo excluídos aqueles não enquadrados no tema. RESULTADOS: A análise comparativa da literatura permite depreender que as injeções intravítreas do bevacizumab foram relacionadas à diminuição das taxas de piora da retinopatia diabética, porém seu uso apresentou menos vantagens quando comparado ao aflibercept e ranibizumab, com as menores taxas de melhora para o quadro. O tratamento com o ranibizumab demonstrou redução das concentrações de VEGF, da angiogênese, da densidade de microvasos e da atividade glial da membrana fibrovascular em pacientes com retinopatia diabética. Entretanto, foi demonstrada eficácia mais significativa para a retinopatia do tipo não proliferativo que para o tipo proliferativo. Quanto às injeções intravítreas de aflibercept, foram identificadas grandes taxas de melhora em pacientes com retinopatia diabética proliferativa. Apesar de ser demonstrada eficácia equivalente ao ranibizumab, o tratamento com aflibercept apresentou necessidade de menor número de injeções, representando uma vantagem sobre a carga de tratamento. CONCLUSÃO: Constatou-se que os três tratamentos antiangiogênicos intravítreos avaliados foram associados à redução da progressão da retinopatia diabética, sendo que o aflibercept e o ranibizumab apresentaram maior eficácia em relação ao uso de bevacizumab. O ranibizumab mostrou vantagem para tratamento da retinopatia não proliferativa, enquanto, para o tipo proliferativo, as taxas de melhora com aflibercept foram maiores, tendo este último maior benefício quanto à carga de tratamento. Por fim, é notória a necessidade de mais estudos para melhor estabelecer uma correlação dos fármacos com avaliação a longo prazo, a fim de garantir maior efetividade no tratamento da degeneração macular.
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