INTRODUÇÃO: O uso excessivo e indiscriminado das redes sociais como ferramenta para promoção de serviços e divulgação de resultados cirúrgicos estéticos colaboram para um empreendedorismo médico distante da satisfação e realização pessoal do paciente. O marketing e a construção da imagem profissional são de extrema importância na cirurgia plástica, no entanto, algumas barreiras éticas, profissionais e legais precisam ser respeitadas para que a principal premissa médica de ajudar o paciente seja cumprida. Assim, a linha tênue que envolve o profissionalismo, a abordagem responsável e a divulgação efetiva dos serviços médicos é respeitada e o tratamento médico é feito com excelência. OBJETIVO: Analisar o a importância da ética médica e da abordagem responsável na utilização do marketing e das redes sociais na construção do médico empreendedor. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa com estudos coletados nas bases MEDLINE, LILACS e SciELO, utilizando os termos DeCS/MESH: “Cirurgia Plástica”; “Mídias Sociais” e “Empreendedorismo”. Através da combinação dos operadores booleanos “AND” e “OR”, foram encontrados 119 estudos e, após a aplicação dos critérios de elegibilidade, foi possível a inclusão de 4. Os critérios de inclusão abrangem: artigos completos, publicados na língua inglesa e no intervalo entre os anos de 2020 e 2022. Artigos destoantes da temática abordada, fora do corte temporal e publicados em formato de relato de caso foram excluídos. RESULTADOS: Em um trabalho, foi feita uma divisão inicial entre estudos centrados nos pacientes, revelando que a expectativa dos resultados era baseada em casos prévios individuais e únicos, publicados e divulgados nas redes de forma indiscriminada, provocando insatisfações frequentes no final do tratamento; e que a escolha do cirurgião era influenciada principalmente por sua exposição nas redes, sem mais pesquisas relacionadas a formação, competência cirúrgica e experiência. E estudos centrados no provedor (médico), que relatavam a criticidade da utilização de imagens de pacientes, revelando problemas éticos relacionados à publicação sem o devido consentimento. Os outros estudos estão relacionados a recomendações de ações a serem tomadas para o exercício pleno e profissional da cirurgia plástica, como evitar qualquer tipo de manipulação de imagens pós cirúrgicas, estar atualizado em relação aos processos legais e a necessidade da exposição de resultados à longo prazo. CONCLUSÃO: A correta instrução do paciente, a não omissão de dados e possíveis resultados e o acompanhamento dos fatores legais envolvendo o marketing profissional, são necessários para a prática do empreendedorismo médico voltado à divulgação de serviços e para o poder de escolha do paciente, mas não são imprescindíveis como a priorização do bem-estar do paciente, a solução de seus problemas e a recuperação, no caso da cirurgia plástica, de sua autoestima, do amor-próprio e da autoaceitação.
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