INTRODUÇÃO: O choque hemorrágico em pacientes durante a cirurgia representa um problema emergencial à medida que desencadeia sequelas funcionais graves e aumenta significativamente a taxa de mortalidade nas fases transoperatória e pós-operatória. Nesse sentido, a habilidade de manejar o paciente nesse contexto de emergência é tarefa fundamental para o profissional médico. De fato, compreender a fisiopatologia do choque hemorrágico, bem como realizar uma avaliação sistemática do paciente, a fim de permitir um diagnóstico precoce e propor a terapêutica adequada são os pilares para reverter um quadro de choque hemorrágico durante procedimentos cirúrgicos. OBJETIVO: Descrever a fisiopatologia do choque hemorrágico em pacientes durante a cirurgia, bem como discutir alguns aspectos do manejo e tratamento. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, cuja busca foi realizada nos bancos de dados Google Acadêmico e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), delimitada pelos seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): “choque hemorrágico”, “cirurgia”, “trauma” e seus respectivos correspondentes em inglês. Dessa forma, foram selecionadas 13 publicações entre 20, tendo como critérios de inclusão a resposta à questão norteadora de como é feito o manejo de pacientes em situação de trauma cirúrgico evoluindo com choque devido hemorragia severa, serem disponibilizados gratuitos e completos, data de publicação entre 2019-2023, em língua inglesa e portuguesa. RESULTADOS: O choque hemorrágico consiste no desequilíbrio entre a demanda de oxigênio dos tecidos e a capacidade do corpo de fornecê-lo aos tecidos e órgãos envolvidos, além da liberação de substâncias tóxicas presentes na corrente sanguínea. Os estudos têm demonstrado que o choque é uma complicação muito frequente na prática cirúrgica, principalmente o choque hipovolêmico que se enquadra o hemorrágico, uma vez que há uma depleção do volume intravascular através da perda de sangue e incapacidade de perfusão dos tecidos. O exame clínico aliado a uma abordagem sistemática é um passo fundamental para um diagnóstico antecipado e, assim, efetuar o controle de danos e evitar o óbito do paciente. O manejo desse quadro depende da identificação rápida dos focos de hemorragia, uma vez que o trauma cirúrgico é a causa mais frequente da situação de hipovolemia e baixa perfusão tecidual. Do mesmo modo, a terapêutica compreende o período de hemostasia com administração de medicamentos, transfusões e compressão dos focos para estancamento, além do período de pós-hemostasia que envolve a reavaliação dos focos hemorrágicos e exames laboratoriais para confirmar estabilização. CONCLUSÃO: O choque hemorrágico é um quadro que necessita de reconhecimento prévio imediato para aumentar a taxa de sobrevida em pacientes com sangramento maciço após trauma cirúrgico. Nesse sentido, é de suma importância que o paciente seja reavaliado rotineiramente para a análise da resposta ao tratamento.
Comissão Organizadora
Congresso Construção da Carreira Médica
Comissão Científica