INTRODUÇÃO: Transtornos de humor, especialmente os transtornos bipolares são as afecções psiquiátricas que mais acometem pacientes com Doença de Parkinson e podem ser apresentados antes ou depois do aparecimento dos sintomas motores. A correlação exata ainda não foi bem elucidada na comunidade científica, porém acredita-se que há várias esferas a serem analisadas, como elementos da fisiopatologia de ambas as afecções, tratamento e neurotransmissão dos pacientes afetados. OBJETIVO: Este artigo apresenta como objetivo abordar a relação existente entre o desenvolvimento de Transtorno Bipolar e Doença de Parkinson. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo qualitativo, na modalidade de revisão integrativa de literatura, cuja pesquisa foi realizada nas bases de dados PubMed e Scielo. Os descritores utilizados foram “bipolar disorder” AND “Parkinson disease”, e os filtros aplicados foram “full text” e “humans”. Foram encontrados 81 artigos publicados no período entre 2020 e 2023, sendo que 69 foram descartados por não adentrarem adequadamente no escopo do tema selecionado, totalizando um número final de 12 artigos selecionados para a confecção do trabalho. RESULTADOS: Ao correlacionar ambas as condições em questão, alguns estudos apontaram uma associação relevante entre ambas. Como foi o caso de HOLPER, BEM-SHACHAR e MANN, que atestou o fato de que o complexo I (NADH desidrogenase, NDU) e o complexo IV (citocromo-c-oxidase, COX) da cadeia de transporte de elétrons mitocondrial têm sido implicados na fisiopatologia dos principais transtornos psiquiátricos, como transtorno bipolar e doença de Parkinson. Além disso, há a sugestão por ERRO et al., que o transtorno bipolar seja um fator de risco para pacientes desenvolverem a doença de Parkinson como uma condição posterior e isso se deve, principalmente, pelo fato de que as drogas comumente utilizadas no tratamento do transtorno são indutores de parkinsonismo uma vez que interferem diretamente na via nigroestriatal de neurotransmissão dopaminérgica. CONCLUSÃO: Conclui-se que ambas as doenças em avaliação têm uma forte correlação epidemiológica, fisiopatológica e de abordagem, que apesar de apresentarem importância significativa no dia a dia e no prognóstico dos pacientes afetados, ainda necessita de elucidação. Portanto, compreende-se que é necessária uma maior fomentação da literatura nesse aspecto para que haja um esclarecimento maior das várias esferas que compõem tanto o transtorno bipolar quanto a doença de Parkinson.
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