INTRODUÇÃO: O início do interesse científico e terapêutico das substâncias psicodélicas se deu a partir sintetização da dietilamida do ácido lisérgico (LSD), somado à redescoberta dos “cogumelos sagrados” utilizados em rituais religiosos milenares, e o seu princípio ativo, a psilocibina (molécula semelhante ao LSD isolado). Com o passar dos anos, diante do uso recreativo indiscriminado, essas substâncias foram proibidas, paralisando a realização de estudos e aplicação médica por décadas, até sua retomada no início dos anos 90. As pesquisas investigam o potencial terapêutico benéfico no tratamento de condições como o transtorno depressivo maior (TDM), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtorno obsessivo compulsivo (TOC) e dependência de substâncias (como o álcool e tabagismo), além da estratégia estratégia de terapia psicodélica assistida, trazendo o uso de alucinógenos em conjunto com a psicoterapia. OBJETIVO: O presente estudo tem como objetivo contextualizar o renascimento da terapia psicodélica e sua finalidade no cenário da prática clínica psiquiátrica e psicoterapêutica atual. METODOLOGIA: Para a composição da revisão integrativa foram utilizados 7 artigos em língua portuguesa/inglesa obtidos em pesquisas na base de dados virtuais Medical Publications (PubMed) e na Scientific Eletronic Library (Scielo) com o descritor em inglês: "psychedelic therapy". Os critérios de inclusão foram artigos em inglês e português, publicados entre os anos 2000 e 2020 e relacionados com a questão de pesquisa. RESULTADOS: Todos os estudos selecionados apontam uma forte correlação entre o uso terapêutico de alucinógenos e a abordagem da terapia psicodélica assistida à melhoria no manejo e redução de sintomas em pacientes portadores de distúrbios psiquiátricos (como TDM, TEPT, TOC, transtornos do humor, ansiedade) e dependências químicas como álcool, tabaco, cocaína e outros. O alcance de resultados mais satisfatórios com a abordagem assistida, é associado a capacidade dos psicodélicos de intensificar as experiências e atuarem como ferramenta na alteração e modulação do pensamento, padrões comportamentais e humor através de terapia hábil, com destaque aos dependentes químicos e TEPT. Foram relatados efeitos antidepressivos e ansiolíticos substanciais para pacientes com transtornos psiquiátricos, relacionados ou não a comorbidades biológicas que ameacem a vida (como o câncer), aliviando os sintomas físicos e psicológicos. CONCLUSÃO: Diante do exposto, é possível concluir que a modalidade terapêutica psicodélica, por mais antiga que seja, deixou uma grande lacuna de conhecimentos ao longo do tempo diante de seu período latente, em decorrência da proibição. Apesar disso, o renascimento das ciências psicodélicas traz a tona uma grande potencialidade em resposta benéfica terapêutica, de amplitude antes desconhecida, mostrando-se um campo promissor de estudos e alimentando as esperanças de maior resolutividade das mais diversas condições psiquiátricas.
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