CURATIVO DE PELE DA TILÁPIA-DO-NILO: ALTERNATIVA NO TRATAMENTO DE QUEIMADURAS

  • Autor
  • Thalysson de Souza Rangel
  • Co-autores
  • Gabriel Costa De Oliveira Teixeira Alvares , João Vitor de Andrade Borges , Letícia Gregório Bragança Machado , Joel do Amaral Neto , Olegário Indemburgo da Silva Rocha Vidal
  • Resumo
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    INTRODUÇÃO: Cerca de um milhão de pessoas sofrem queimaduras no Brasil a cada ano, sendo grande parte classificadas como 2º grau superficial e/ou profundo. O curativo ideal para essas lesões é aquele que é de fácil obtenção, com boa flexibilidade, que suprima a dor, seja de baixo custo e, principalmente, previna as perdas hidreletrolíticas, a contaminação bacteriana e favoreça a epitelização. Na rede privada, há a possibilidade do uso de curativo biossintético ou de peles artificiais, que apresentam grandes benefícios. Porém, possuem elevado custo devido a sua importação, impossibilitando sua utilização no Sistema Único de Saúde (SUS). Para contornar esse empecilho, novas alternativas estão em desenvolvimento, entre elas o uso de pele da Tilápia-do-Nilo. OBJETIVO: Avaliar o uso e possíveis benefícios da pele da Tilápia-do-Nilo como curativo temporário em queimaduras. METODOLOGIA: Trata-se de revisão integrativa da literatura, com artigos obtidos por meio de busca nas bases de dados SciELO e PubMed utilizando os descritores “queimaduras” e “tilápia”. Foram incluídos artigos originais e completos, produzidos entre 2018 e 2023. Artigos que não se relacionavam ao objetivo da pesquisa foram excluídos, sendo selecionados 10 ao final. RESULTADOS: A pele da Tilápia-do-Nilo apresenta uma boa resistência à tração e à compressão, mantém a ferida úmida e possui duas vezes mais colágeno tipo I que a pele humana. Esse colágeno tipo I da pele da tilápia estimula fatores de crescimento de fibroblastos (FGF), os quais expressam e liberam fator de crescimento de queratinócitos (KGF), duas citocinas importantes e imprescindíveis para o fechamento das feridas. Ademais, esses curativos biológicos previnem a contaminação bacteriana, por evitarem as perdas hidreletrolíticas e terem uma boa aderência à ferida. Além disso, a não necessidade de troca diária do xenoenxerto resultou em menos dores do que nos pacientes tratados com o curativo oclusivo de sulfadiazina de prata 1%, que necessita de trocas diárias. Com isso, há diminuição também do trabalho da equipe e dos gastos hospitalares. Entretanto, para o uso da pele animal como curativo, faz-se necessário um rigoroso protocolo de desinfecção e esterilização, realizado majoritariamente pela Universidade Federal do Ceará. Destaca-se, por fim, que o Brasil é um grande produtor de tilápia e sua pele é descartada, o que leva essa matéria-prima a possuir um baixíssimo custo e grande possibilidade de aplicação no SUS. CONCLUSÃO: Conclui-se que a pele de tilápia pode ser classificada como um curativo ideal, apresentando boa aderência ao leito das feridas, sem alterações hematológicas, com resultados promissores e de alta excelência no tratamento de queimaduras. Entretanto, o Brasil ainda carece de bancos de pele, concentrados em poucas capitais do país. Por fim, ainda faltam pesquisas que avaliem possíveis riscos a longo prazo com o uso de pele da Tilápia-do-Nilo. 

     

  • Palavras-chave
  • Terapêutica, Queimadura, Xenoenxerto.
  • Modalidade
  • Comunicação oral
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