INTRODUÇÃO: As cirurgias complexas são caracterizadas como procedimento cirúrgico da coluna toracolombar com instrumentação, laminectomia em três ou mais níveis ou cirurgia de escoliose. Elas contribuem na melhora da qualidade de vida do paciente a longo prazo, uma vez que aqueles submetidos a esse tipo de cirurgia apresentam dor crônica pré-existente e dependência de terapia crônica com opioides. Contudo, a cirurgia complexa da coluna está associada a dor pós-operatória considerável, o que pode resultar em uma nova condição de dor crônica. Dessa forma, é crucial o uso de analgesias multimodais como técnicas perioperatórias que visem o controle eficaz da dor, além da deambulação precoce, redução de complicações e tempo de internação. OBJETIVOS: Analisar o benefício de técnicas perioperatórias de manejo da dor em cirurgias complexas de coluna. METODOLOGIA: O presente estudo trata-se de uma revisão de literatura, na modalidade integrativa, a partir de trabalhos publicados nas plataformas de dados PubMed e SciELO, utilizando os descritores ‘’Pain Management’’, ‘’Anesthetics’’, ‘’Spine’’, ‘’Surgery’’. Foram selecionados 8 estudos relacionados com o tema proposto, excluindo artigos não originais e anteriores a 2014. RESULTADOS: Foi observado que o tratamento multimodal da dor, principalmente com uso de AINEs, reduz a posterior prescrição de opioides. O uso da analgesia geral multimodal surgiu nos artigos como uma boa estratégia de controle da dor após cirurgia complexa de coluna e se associou com redução das chances de complicações em trato gastrointestinal. Para melhorar a analgesia e diminuir a dor pós-cirurgias complexas na coluna, existe a possibilidade de prolongar a infiltração de anestésicos no local da ferida com o uso de bombas de dor elastoméricas descartáveis de infusão contínua. Os pacientes que utilizaram esse recurso apresentaram consideravelmente menor necessidade de uso de opioides após o procedimento. Por outro lado, em pacientes de alto risco, não foi constatado que o uso das bombas alterou de forma relevante qualquer parâmetro do uso de opioides subsequente. Quanto aos fármacos analisados, o acetaminofeno demonstrou segurança e rápido efeito na terapia multimodal para dor nas condições de cirurgia complexa de coluna, porém ainda faltam evidências para seu uso como método preventivo da dor crônica. Os gabapentinoides perioperatórios devem ser utilizados com cautela nos procedimentos, já que sues benefícios se mostraram contraditórios aos efeitos adversos quando coadministrados com opioides. Ainda, a cetamina, em doses subanestésicas demonstrou eficácia no tratamento de dor aguda pós-cirurgica. CONCLUSÃO: A maioria das técnicas analisadas tem um grande potencial de melhora da dor de forma já comprovada no pós-operatório imediato das nas cirurgias complexas de coluna. Por outro lado, a comprovação de benefícios desses métodos a longo prazo ainda carece de mais evidências científicas.
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