INTRODUÇÃO: É inegável que o avanço tecnológico faz-se cada vez mais presente no ambiente hospitalar, sendo assim vantajoso no tratamento de pacientes terminais. Todavia, muitas vezes, seu uso resulta no prolongamento da vida e na realização de procedimentos desnecessários que levam o paciente ao sofrimento e à dor, tirando deles a dignidade do fim da vida. Com o intuito de diminuir o desconforto do paciente, a equipe multiprofissional defende o fim da vida em sua naturalidade com dignidade e bem-estar, através da ortotanásia. OBJETIVO: Realizar uma análise acerca da equipe e dos familiares frente à implementação da ortotanásia nos pacientes. METODOLOGIA: Revisão integrativa, realizada a partir de trabalhos publicados nas plataformas SciELO e Lilacs, por meio dos descritores "Cuidados Paliativos", "Bioética" e "Cuidados Paliativos na Terminalidade da Vida", com o operador booleano "AND" entre eles. Foram incluídos 13 artigos que cumpriram os critérios de terem sido publicados nos últimos 15 anos, no idioma português e estarem disponíveis na íntegra. RESULTADOS: A ortotanásia significa respeitar o limite da vida sem abreviar ou prolongar o sofrimento do paciente, proporcionando qualidade de vida, conforto e alívio. Ao fazer uma análise geral, há diversos fatores que intervêm nessa decisão, como a opinião médica, da equipe e da família. Apesar da maioria dos profissionais aderirem e preferirem essa conduta, alguns ainda possuem receio, devido à instabilidade legal fornecida pela legislação. Além disso, muitos médicos enfrentam a terminalidade da vida como um sentimento de fracasso, e por essa causa realizam técnicas que promovem a obstinação da vida (distanásia), sem levar em consideração a dignidade do paciente. Ademais, ao analisar as opiniões familiares, a literatura aponta maior prevalência da manutenção de procedimentos invasivos, mesmo que estes diminuam a qualidade de vida e impliquem na extensão do sofrimento. Porém aqueles que compreendem o significado de ortotanásia, tendem a optar por esse tipo de conduta. É de fundamental importância a difusão do conhecimento aos familiares dos pacientes e da atenção fornecida ao familiar para que eles compreendam a morte como parte inevitável da vida. CONCLUSÃO: Embora a ortotanásia seja preferível dentro da equipe, os familiares ainda priorizam a distanásia. Por isso, é necessário tratar desse assunto de forma humanizada, integrando a todos nas decisões.
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