INTRODUÇÃO: A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das alterações endócrino-metabólicas mais frequentes nas mulheres em idade reprodutiva, que está relacionada ao hiperandrogenismo atrelado ao aparecimento de sintomas como: acne, amenorreia, cistos ovarianos e hirsurtismo, podendo desenvolver complicações como a infertilidade. Além disso, a maior parte das mulheres com SOP têm aumento na resistência à insulina e obesidade. OBJETIVO: Compreender a relação fisiopatológica entre a obesidade e SOP e elucidar a importância da prevenção da obesidade na síndrome. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão bibliográfica da literatura realizada nas bases de dados virtuais Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Foram incluídos 10 artigos publicados entre 2019 e 2023, obtidos utilizando os descritores “Síndrome dos Ovários Policísticos”, “Obesidade”, em português e inglês. RESULTADOS: A obesidade é uma doença caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal e está presente em 50% das mulheres com SOP, pacientes obesas apresentam severidade nas manifestações clínicas da síndrome, tendo maiores índices de testosterona livre total, androgênios livre, glicose e insulina, devido a supressão de globulina ligadora de hormônios sexuais, que tende a diminuir na medida em que a gordura corporal aumenta, agravando o quadro de hiperandrogenismo. Níveis aumentados de LDL e baixos níveis de HDL quando comparados ao de pacientes não obesos aliados a resistência à insulina presente na síndrome resulta em uma maior chance de desenvolver distúrbios metabólicos e cardiovasculares. Além disso, a infertilidade é uma das complicações que pode estar presente na SOP e tem um risco maior se a paciente for obesa, reduzindo as taxas ovulatórias e aumentando o número de abortos. Outro fator importante entre a obesidade e o agravamento dos sinais e sintomas é que o aumento de androgênios na síndrome aumenta a expressão de genes envolvidos na lipogênese, agravando a obesidade que junto a hiperinsulinemia compensatória da resistência a insulina estimula os ovários e adrenais a produzir andrógenos. Um dos objetivos do tratamento da SOP é reduzir pelo menos 5% a 10% do peso corporal, por meio de prática de atividades físicas e dieta, tendo melhoras significativas como: regularidade menstrual, melhora do quadro de infertilidade e atenuação das características hiperandrogênicas. CONCLUSÃO: Desse modo, a inflamação crônica advinda da obesidade e principalmente da obesidade central mostra-se como um agente importante na fisiopatologia da SOP, podendo agravar a síndrome e os distúrbios ovarianos, principalmente, na fertilidade da mulher. Além da resistência à insulina e hiperinsulinemia, a obesidade também é responsável por desencadear distúrbios cardiovasculares. Nesse sentido, é de suma importância a adoção de estratégias preventivas com foco na redução de sobrepeso e um tratamento multiprofissional, visando um controle mais efetivo da síndrome.
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