INTRODUÇÃO: A violência doméstica é um problema de saúde pública, originado a partir de um comportamento controlador, coercitivo e ameaçador de parceiros íntimos, geralmente contra mulheres. Nesse ambiente, as sobreviventes apresentam elevados níveis de sofrimento emocional grave, depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Apesar disso, estudos mostram como os serviços da atenção básica não estão capacitados para identificar e apoiar as vítimas de VD, e que ainda existem inúmeros mecanismos de inibição das pacientes que acabam coagindo e impedindo-as de relatar suas experiências. OBJETIVO: Entender o papel das equipes de atenção básica no cuidado e tratamento da violência contra a mulher. METODOLOGIA: Revisão integrativa realizada por busca na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), através dos descritores: “violência doméstica” AND “atenção básica” AND “prevenção”. Critérios de inclusão: artigos gratuitos e completos na língua portuguesa encontrados entre 2018 e 2023. Dessa amostragem, foram obtidos 52 artigos. Critérios de exclusão: artigos não originais, revisões de literatura e estudos que não abordavam o tema analisado pela pesquisa, o que reduziu a amostragem para 9 artigos. RESULTADOS: Estudos mostram que, apesar de que a VD é de suscetibilidade universal, existem grupos que estão mais propensos, como: mulheres de baixa renda, negras e mais jovens. Outro estudo mostra que o Brasil tem taxas maiores que as da ONU: enquanto 37,4% das mulheres sofrem algum tipo de abuso físico - a taxa da ONU é de 18,7%,; a violência sexual pelo próprio parceiro no estado de SP, ultrapassava 20%, enquanto a taxa internacional da ONU é 17,6%. Apesar da violência, em regiões com alta vulnerabilidade e desvantagens, há uma reticência da própria equipe de saúde em ouvir as reflexões das mulheres que procuram atendimento, principalmente por conta da padronização da violência. Além dessa reticência, ainda há outros fatores dentro da própria AB a serem considerados, sendo eles: o despreparo para realizar a notificação compulsória da VD, a burocracia excessiva, o não entendimento e crença na facultatividade do preenchimento do BO como forma de denúncia e de proteção à mulher. Outrossim, pesquisas analisam relatos dos próprios médicos sobre violência doméstica. Neste estudo, alguns participantes refletem sobre a autonomia das vítimas de violência, apesar da sua vulnerabilidade, e como a coerção limita sua liberdade e capacidade de tomar decisões. Essa incerteza por vezes leva a indecisão do
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