INTRODUÇÃO: A doença coronavírus 2019 (COVID-19), causada pela nova cepa de coronavírus humano, a síndrome respiratória aguda grave coronavírus 2 (SARS-CoV-2), foi declarada pandemia em 2020 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) devido ao seu grande impacto no mundo, sendo responsável por milhões de fatalidades. A COVID-19 apresenta sintomas respiratórios que podem agravar o quadro de indivíduos com doenças de via aérea crônica. A asma é uma doença respiratória crônica prevalente na faixa etária pediátrica, e pensava-se que indivíduos com asma seriam fator de risco para COVID-19 grave. No entanto, a asma não representou um fator para a gravidade da COVID-19, sendo, em alguns estudos, considerada um fator protetor para a COVID-19 grave. OBJETIVO: Compreender a relação entre asma e gravidade da COVID-19 em pacientes pediátricos. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura realizada a partir de 13 artigos obtidos nos bancos de dados National Library of Medicine (PUBMED) e Google Acadêmico, com os descritores “asma”, “criança”, “alergia” e “covid-19”. Foram incluídos estudos originais, com texto completo, nacionais ou internacionais, sendo em língua portuguesa ou inglesa, publicados entre 2020 e 2022 e excluídos artigos que não englobavam o objetivo do estudo. RESULTADOS: Foi evidenciado que pacientes pediátricos com asma alérgica desenvolveram sintomas leves do COVID-19 e a asma controlada não aumentou a mortalidade e a gravidade da COVID-19. Além disso, a asma alérgica foi associada a um menor risco de hospitalização quando comparada a asma não alérgica. Isso pode ser explicado, já que o SARS-CoV-2 se liga a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) para entrar na célula hospedeira e a asma e as alergias respiratórias reduzem a expressão de ACE2 nas vias aéreas, atuando como um mecanismo de proteção. Por outro lado, em dois estudos não foi observado associação entre a asma e a menor gravidade da COVID-19. CONCLUSÃO: Portanto, a asma alérgica controlada não apresenta fator de risco para gravidade e suscetibilidade da COVID-19, sendo, geralmente, associada a um menor risco de hospitalização. No entanto, é importante manter o tratamento da asma com corticoides inalatórios.
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