INTRODUÇÃO: A endometriose é uma doença inflamatória crônica, caracterizada pelo implante de estroma e/ou epitélio glandular endometrial em localização extrauterina, que pode atingir a qualidade de vida da mulher. Apesar do seu impacto, a limitação do acesso aos serviços e até mesmo tratamento é evidente. Neste sentido, na necessidade de alternativas que mitiguem os sintomas e até mesmo a evolução da doença, estudos revelam que a mudança de estilo de vida, associadas a melhora de hábitos alimentares, estão ligados a prevenção e redução de chances de progressão da doença. OBJETIVO: Evidenciar a importância da mudança no estilo de vida e perfil alimentar para mitigar os sintomas e progressão da endometriose. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura produzida pela análise de trabalhos escolhidos a partir dos bancos de dados: Google Acadêmico, Public Medline e Scientific Electronic Library Online. Ademais, empregou-se o uso de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e os operadores booleanos: “Endometriose”, “Inflamação” E “Antioxidantes”. Destarte, foram utilizados 10 artigos, ao incluir estudos publicados a partir de 2015, em língua portuguesa e inglesa com temas referentes à temática proposta e ao excluir artigos com acesso restrito. RESULTADOS: Á priori, compreende-se a intrínseca relação entre melhora nos hábitos alimentares com a melhora dos sintomas e diminuição da progressão da endometriose. Dessa maneira, alimentos ricos em ômega-3, antioxidantes, vitamina D, suplementação com N-acetilcisteína e resveratrol associados a melhora dos sintomas álgicos, agem no estresse oxidativo e modulam a patogênese, além do maior consumo de hortaliças, frutas e grão integrais, que possuem nutrientes como folato, metionina, vitamina B6, vitaminas A, C e E e que exercem efeito protetor e reduzem risco de desenvolvimento da doença. Em contrapartida, existem alimentos que favorecem o desenvolvimento da endometriose e piora da sua sintomatologia, principalmente aqueles responsáveis por alterar o metabolismo lipídico, estresse oxidativo e na deficiência de nutrientes como o ácido fólico, vitamina B12, zinco e colina, favorecendo anormalidades epigenéticas, alterações na metilação do DNA acarretando o aumento dos níveis de estradiol e prostaglandina E2, que favorece a inflamação e o crescimento celular. CONCLUSÃO: Portanto, a gravidade da endometriose e seus riscos de infertilidade é sabida, dessa forma, uma nova perspectiva no manejo é essencial, visto que, para o tratamento atual, as medicações hormonais são as opções disponíveis, muitas vezes sem sucesso terapêutico e efeitos colaterais diversos. Conclui-se, dessa forma, que mudanças nos hábitos de vida e práticas alimentares saudáveis são benéficas no risco da progressão da doença, além de reduzir sintomas associados, tratando-se de uma ferramenta promissora na prevenção, no tratamento alternativo e adjuvante da endometriose.
Palavras-chaves: Endometrioma; Antioxidantes; Inflamação.
Comissão Organizadora
Congresso Construção da Carreira Médica
Comissão Científica