O QUE NARRAM PROFESSORES(AS) FORMADORES(AS) NA/DA EJA?

  • Autor
  • Geisi Nicolau
  • Co-autores
  • Rachel Nascimento
  • Resumo
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    O presente trabalho visa pesquisar a formação docente continuada específica para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), no âmbito da SME/RJ, ao longo do ano de 2023, entendendo-a como substancial para documentar parte do processo que compõe a modalidade como política pública longeva que no ano de 2024 completa 39 anos de oferta ininterrupta, diferenciando-se da grande maioria das ofertas de EJA no Brasil, que se apresentam historicamente com marcas de programas suplementares, descontinuados e precarizados em diversos aspectos. No Brasil, a EJA é uma modalidade da educação, preconizada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº. 9394/96, voltada para pessoas que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e aprendizagem ao longo da vida. De acordo com Paiva (2009), o sentido verdadeiro da EJA é o da educação continuada, que favorece processos educativos para jovens e adultos, cujas condições de vida os mantém afastados dos conhecimentos indispensáveis à sua humanização. Sendo assim, é mais que necessário pensar a realidade de jovens e adultos e idosos, em maioria negras e negros, os respectivos processos de exclusão social e racial à que foram submetidos (GOMES, 2018, p.90), por isso mesmo, compreender e agir sobre tal realidade histórica e social precisa fazer parte de qualquer processo formativo (PEREIRA, 2021). Na cidade do Rio de Janeiro, no âmbito da Secretaria Municipal de Educação (SME/RJ), a oferta de EJA possui em sua estrutura a organização dos Centros de Estudos das(os) professoras(es), com caráter de Conselho de Classe permanente. São espaçostempos (GARCIA; ALVES, 2012) que possibilitam que as(os) docentes se dediquem, na escola, à formação continuada, ao planejamento, avaliação contínua do próprio trabalho e do desenvolvimento das(os) estudantes. Objetivando atingir a meta planejada no Plano Estratégico acerca da formação docente continuada, a SME/RJ elaborou um edital para selecionar professoras(es) concursadas(os) da própria rede para atuar como formadoras(es) de professoras(es) em diferentes etapas e modalidades de ensino, incluindo a EJA. Tal formação em 2023, contou com cinco formadoras(es), sendo ampliada para todas(os) docentes das escolas com oferta em EJA. O tema central foi o trabalho Interdisciplinar, constituído na perspectiva de descolonização dos currículos. Frente ao narrado até o momento, dialogando com SOLIGO e PRADO (2008), há a ausência de uma literatura onde o(a) professor(a) formador(a) expresse suas reflexões sobre seu percurso formativo e seu trabalho cotidiano, portanto, a metodologia utilizada foi a pesquisa narrativa, através de relatos da experiência docente das(os) formadoras(es). Diante do exposto, coadunando com a narrativa das(os) professoras(es) formadoras(es), pode-se afirmar que a formação por pares atingiu aspectos basilares como: práxis centradas nos sujeitos de direito da política de EJA, identificação com as demandas cotidianas e estratégias de atuação, ampliação do referencial teórico atualizado e pertinente à modalidade; reforço e valorização da multiplicidade de identidades docentes que passam por aspectos inclusive raciais, sociais, de gênero, dentre outros.

  • Palavras-chave
  • Educação de Jovens e Adultos. Formação Docente. Educação antirracista. Pesquisa narrativa.
  • Área Temática
  • Eixo 2- Processos formativos, movimentos sociais e coletivos docentes
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  • Eixo 1- Saberes, práticas e experiências educativas instituintes
  • Eixo 2- Processos formativos, movimentos sociais e coletivos docentes
  • Eixo 3- Corpos, poéticas e políticas com os cotidianos educativos
  • Eixo 4- Epistemologias plurais e decolonialidade na pesquisa
  • Eixo 5- Currículos, diferenças e iterseccionalidades na cena educativa

Coordenação geral:

Allan Rodrigues – UNESA/ UFRJ

Comissão organizadora:

Aline Dornelles – FURG
Francisco Ramallo – UNMdP
Luís Paulo Borges – CAp-UERJ
Tiago Ribeiro – CAp- INES
Rafael Honorato – UEPB
Rafael Marques – UFAC
Rossana Godoy Lenz – ULS
Diego Carlos -UFF
Guilherme Stribel – UNESA
Adrianne Ogêda Guedes – UNIRIO

Comitê Científico

André Régis – UFRJ
Ana Patrícia da Silva – CAp-UERJ
Adrianne Ogêda Guedes UNIRIO
Adriana Maria de Assumpção – UNESA
Adriano Vargas – UFF
Alexandra Garcia – UERJ
Aline Dornelles – FURG
Aline Gomes da Silva – INES
Bárbara Araújo Machado – UERJ
Celso Sánchez – UNIRIO
Cristiano Santanna – SEEDUC
Clarissa Quintanilha – UERJ
Denise Najmanovich – CONICET
Felipe da Silva Ponte de Carvalho – UNESA
Francisco Ramallo – UNMdP; CONICET
Gabriel Roizaman – CIIE Avellaneda
Graça Reis – UFRJ
Guilherme Stribel – UNESA/SME-Teresópolis
Inês Barbosa de Oliveira – UNESA
Viviane Castro Camozzato – UERGS
Mônica Knöpker – IFSC
Júlio Valle – USP
Gustavo Taveira – SME/RJ
Jane Rios – UNEB

Instituições nacionais e internacionais com representantes na organização:

Universidade Estácio de Sá – Proponente
Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Gt de Currículo – Ge de Cotidianos)
Instituto Nacional de Educação de Surdos
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Estadual da Paraíba
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande
Universidad Nacional de Mar del Plata
Universidad de La Serena