IDENTIDADE E REPRESENTATIVIDADE: POTÊNCIAS INDÍGENAS E NEGRAS NA EJA RIO

  • Autor
  • Joana Oscar
  • Co-autores
  • Rachel Nascimento
  • Resumo
  • A Educação de Jovens e Adultos (EJA), no Brasil, é uma modalidade voltada para pessoas que não obtiveram acesso ou continuidade ao ensino fundamental ou médio, preconizada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Nº9394/96. Coadunando com a necessidade de garantir uma educação democrática e de qualidade a esses sujeitos, o parecer que estabelece as diretrizes curriculares destaca três funções essenciais da modalidade: reparadora das desigualdades sociais, equalizadora das oportunidades e qualificadora dos processos educativos que nos constituem ao longo da vida (BRASIL, 2000). Anualmente, a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro (SME/RJ), através da Gerência de Educação de Jovens e Adultos (GEJA) promove práticas curriculares qualificadoras do cotidiano escolar, das quais destacamos dois movimentos constituídos como complementares: o Encontro de Alunos e Alunas da EJA Rio, em seus dezoito anos de existência, que trata da sistematização e apresentação de reflexões sobre temas  pertinentes à EJA, com protagonismo das(os) estudantes, tendo sua culminância no ExpoEJA, com mais de duas décadas de existência, trata-se do compartilhamento dos trabalhos constituídos na etapa regional, após amadurecidos, agora em âmbito municipal, visibilizando as produções, concepções e anseios das(os) estudantes, promovendo compartilhamento de práticas pedagógicas, possibilitando mais uma estratégia de formação continuada aos profissionais que atuam na modalidade. Em 2023, as edições tiveram como tema “Identidade e representatividade: potências indígenas e negras na EJA Rio”. O tema, alinhado à celebração dos 20 anos da Lei Nº 10.639/03 e 15 anos da Lei nº 11.645/08, reitera especial atenção aos corpos, narrativas, poéticas e políticas que perpassam pelo cotidiano educativo da EJA Rio. Parte-se da perspectiva da Educação para as relações étnico-raciais como necessária e intrínseca à toda e qualquer prática, transcendendo a ideia de mera “temática” pontual, evocada em efemérides, buscando, no cotidiano, estratégias concretas de democratização de aspectos fundamentais à compreensão e mudança da realidade das(os) sujeitos. Nesse sentido, como garantir que essas subjetividades se traduzam no cotidiano por intermédio das vozes e das práticas pedagógicas? Podemos falar em implementação de uma educação para as relações étnico-raciais sem nos debruçarmos sobre os dados e evidências que compreendam os sujeitos na/da/com a EJA? O presente resumo se propõe a delinear o movimento de construção do encontro, por intermédio da narrativa como metodologia, da qual é possível percebermos o movimento político e intencional a partir dos pressupostos dos sujeitos, do tempo e da concepção de espaço. Mais do que um evento, a ExpoEJA se apresenta como espaçotempo (GARCIA; ALVES, 2012) de fronteira onde entram em choque a tensão de regulação e de emancipação desses corpos, jovens e adultos, entre as fronteiras da aprendizagem e da ensinagem, do silenciamento e da visibilidade, de espectadores a protagonistas, sobretudo da garantia de direitos e das lacunas imputadas aos caminhos percorridos por esses sujeitos para a conclusão de seus estudos.

     

  • Palavras-chave
  • Educação de Jovens e Adultos. Educação das relações étnico-raciais. Pesquisa narrativa.
  • Área Temática
  • Eixo 3- Corpos, poéticas e políticas com os cotidianos educativos
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  • Eixo 1- Saberes, práticas e experiências educativas instituintes
  • Eixo 2- Processos formativos, movimentos sociais e coletivos docentes
  • Eixo 3- Corpos, poéticas e políticas com os cotidianos educativos
  • Eixo 4- Epistemologias plurais e decolonialidade na pesquisa
  • Eixo 5- Currículos, diferenças e iterseccionalidades na cena educativa

Coordenação geral:

Allan Rodrigues – UNESA/ UFRJ

Comissão organizadora:

Aline Dornelles – FURG
Francisco Ramallo – UNMdP
Luís Paulo Borges – CAp-UERJ
Tiago Ribeiro – CAp- INES
Rafael Honorato – UEPB
Rafael Marques – UFAC
Rossana Godoy Lenz – ULS
Diego Carlos -UFF
Guilherme Stribel – UNESA
Adrianne Ogêda Guedes – UNIRIO

Comitê Científico

André Régis – UFRJ
Ana Patrícia da Silva – CAp-UERJ
Adrianne Ogêda Guedes UNIRIO
Adriana Maria de Assumpção – UNESA
Adriano Vargas – UFF
Alexandra Garcia – UERJ
Aline Dornelles – FURG
Aline Gomes da Silva – INES
Bárbara Araújo Machado – UERJ
Celso Sánchez – UNIRIO
Cristiano Santanna – SEEDUC
Clarissa Quintanilha – UERJ
Denise Najmanovich – CONICET
Felipe da Silva Ponte de Carvalho – UNESA
Francisco Ramallo – UNMdP; CONICET
Gabriel Roizaman – CIIE Avellaneda
Graça Reis – UFRJ
Guilherme Stribel – UNESA/SME-Teresópolis
Inês Barbosa de Oliveira – UNESA
Viviane Castro Camozzato – UERGS
Mônica Knöpker – IFSC
Júlio Valle – USP
Gustavo Taveira – SME/RJ
Jane Rios – UNEB

Instituições nacionais e internacionais com representantes na organização:

Universidade Estácio de Sá – Proponente
Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Gt de Currículo – Ge de Cotidianos)
Instituto Nacional de Educação de Surdos
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Estadual da Paraíba
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande
Universidad Nacional de Mar del Plata
Universidad de La Serena