O presente trabalho, realizado na Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Barbosa Santos, localizada no município de Niterói, faz parte das discussões das propostas teóricas-metodológicas-epistemológicas do campo das pesquisas com os cotidianos, junto ao grupo de pesquisa “Diálogos Escolas-Universidades: Processos de Formação Docente e Produção dos Currículos nos Cotidianos”. Por meio da ideia de se “pensarfazer” currículos de forma afrocentrada, propomos, a partir da participação no curso de extensão intitulado “Café com Currículos”, refletir, com as professoras da escola, como as questões que envolvem cor e raça impactam em suas vidas e na formação. Tendo as conversas como metodologia de pesquisa, a roda de conversa intitulada “Conversas aos Pés do Baobá” teve como primícia produzir movimentos dialógicos de experiências, saberes e histórias inspiradas na tradição africana. Temas que refletiram sobre oralidade, circularidade, corpo, música, ludicidade e cooperação formaram o corpo desse trabalho, que se tornou vivo a partir de cada palavra que, pensando valores civilizatórios, ecoaram como música no decorrer da roda. As palavras, melodiaram no ‘espaçotempo’, se misturaram umas às outras e produziram outras “palavrassons”, palavras estas que foram grafadas juntas, por acreditarmos na potência que as palavras apresentam, em uma roda de conversas, quando emitem uma sonoridade como em uma partitura, na qual, apesar da individualidade que cada nota possui, compõem um todo que comunica, sensibiliza, geram experiências e uma variedade de sentimentos que nos fazem, muitas vezes, perceber o mundo de outra forma, ou seja, “palavrassons” que geraram novas conversas, que se espalharam, permitindo-nos pensar novos “saberesfazeres” nos currículos e na própria vida. Em resumo, a experiência da roda de conversa proporcionou para o grupo reflexões sobre “pensarfazer” currículos, a partir do resgate e da valorização da cultura africana, ou seja, da desconstrução de estereótipos, das questões de vida, resistência e (re)existência, contra o epistemicídio e pela busca da justiça social. Um movimento “políticoprático”, que, como em uma sinfonia, ensaiou táticas para discutir a desnaturalização do currículo hegemônico formado por modelos dominantes de conceber o conhecimento, nos possibilitou ouvidos sensíveis e nos fez perceber como as trocas, presentes em uma roda de conversas, podem ecoar “palavrassons” por onde passarmos.
Coordenação geral:
Allan Rodrigues – UNESA/ UFRJ
Comissão organizadora:
Aline Dornelles – FURG
Francisco Ramallo – UNMdP
Luís Paulo Borges – CAp-UERJ
Tiago Ribeiro – CAp- INES
Rafael Honorato – UEPB
Rafael Marques – UFAC
Rossana Godoy Lenz – ULS
Diego Carlos -UFF
Guilherme Stribel – UNESA
Adrianne Ogêda Guedes – UNIRIO
Comitê Científico
André Régis – UFRJ
Ana Patrícia da Silva – CAp-UERJ
Adrianne Ogêda Guedes UNIRIO
Adriana Maria de Assumpção – UNESA
Adriano Vargas – UFF
Alexandra Garcia – UERJ
Aline Dornelles – FURG
Aline Gomes da Silva – INES
Bárbara Araújo Machado – UERJ
Celso Sánchez – UNIRIO
Cristiano Santanna – SEEDUC
Clarissa Quintanilha – UERJ
Denise Najmanovich – CONICET
Felipe da Silva Ponte de Carvalho – UNESA
Francisco Ramallo – UNMdP; CONICET
Gabriel Roizaman – CIIE Avellaneda
Graça Reis – UFRJ
Guilherme Stribel – UNESA/SME-Teresópolis
Inês Barbosa de Oliveira – UNESA
Viviane Castro Camozzato – UERGS
Mônica Knöpker – IFSC
Júlio Valle – USP
Gustavo Taveira – SME/RJ
Jane Rios – UNEB
Instituições nacionais e internacionais com representantes na organização:
Universidade Estácio de Sá – Proponente
Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Gt de Currículo – Ge de Cotidianos)
Instituto Nacional de Educação de Surdos
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Estadual da Paraíba
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande
Universidad Nacional de Mar del Plata
Universidad de La Serena