Há um rio que me atravessa... E eu sinto existir uma pedagogia que, como o rio vive o movimento e o encontro nas beiras, portanto, uma pedagogia ribeira. Uma pesquisa: Corpo-rio. Uma pergunta: É possível viver uma pedagogia cênica em fluxos (eco)dialógicos, inspirada na relação corpo-rio? Ser com o rio, ser rio, viver a poesia do rio, dançar os seus movimentos e encenar as suas teatralidades são as minhas embarcações, digo investigações. Não é sobre o corpo e o rio que se trata essa pesquisa, outrossim, sobre o entre, a beira, o encontro entre nós que inventa um corpo-rio e com ele, todas as (des)educações e criações possíveis. Na contramão do pensamento dito “civilizatório”, confirmado pelas premissas cartesianas a serviço da evolução científica que afirma, além da dicotomia corpo e mente a divisão natureza-humanidade existe a chance de renovar os sentidos das nossas epistemologias e práxis para nos permitir ser rio ou mar. (A)mar. Esta pesquisa está comprometida com uma pedagogia que recuperem (a pesquisa e a pedagogia) essa aliança e esse sentimento de estar em casa. Nesse processo quem protagoniza? O corpo ou o rio? O encontro: A ribeira. Eu, as lavadeiras, os pescadores, os meninos e meninas com seus barcos de papel, corpos que dançam cruzando a cidade rasgando o chão como um rio aprendemos que as nossas teatralidades na relação com as águas visíveis e invisíveis são oportunidades de compreender a vida em seu ato, do mesmo modo, nos comprometemos com a criação e a recriação da vida, reinventando e renovando os sentidos no diálogo com outros-novos sentidos, aqui e agora. RenovAção. Na relação com o meu povoado e as minhas paisagens, me aproximei dos nossos enunciados diáRios e deixei que eles me contassem sobre como construir um pesquisador-ribeiro no ato de uma pesquisa-ribeira: Há de viver os encontros e desencontros que se derramam, contem, lacrimejam, engolem, navegam, soluçam, cambaleam, voltam ao cais, fixam, rezam, cavam, batem as roupas contra a pedra, estendem peças velhas novas e novas velhas no varal para continuar sentindo a dança dos lençóis ao vento. Cauteloso, posso responder que: Essa pesquisa em fluxos dê conta, de se(me) apresentar, através de uma escrita (auto)ficcional: Dissolvida em inúmeros contos sobre um conhecido, mas, imprevisível corpo-rio, testemunhados e inventados num ensopado diáRio. A escrita de si, dos encontros, dos trânsitos, do cotidiano, da memória e por isso do seu tempo-espaço vividos, por fim, do corpo-escrita como metodologia. DiáRio como diálogo, assim como a vida. Este diáRio em fluxo tem a intenção de enunciar e atuar sobre o que nós, educadores e artistas das margens vivemos na relação com os nossos pequenos e valiosos rios, sejam eles crianças, jovens, adultos ou de águas doces, através das nossas teatralidades, dos nossos espetáculos minúsculos. Escrevo-vivo este conto-pesquisa, como proposta de pesquisa em Educação pela via da poética e do discurso teatral, que se dá pelas escolhas de uma escrita autoficcional e pela presença de um corpo-memória vivido por mim: Pesquisador-artista-educador-personagem.
Coordenação geral:
Allan Rodrigues – UNESA/ UFRJ
Comissão organizadora:
Aline Dornelles – FURG
Francisco Ramallo – UNMdP
Luís Paulo Borges – CAp-UERJ
Tiago Ribeiro – CAp- INES
Rafael Honorato – UEPB
Rafael Marques – UFAC
Rossana Godoy Lenz – ULS
Diego Carlos -UFF
Guilherme Stribel – UNESA
Adrianne Ogêda Guedes – UNIRIO
Comitê Científico
André Régis – UFRJ
Ana Patrícia da Silva – CAp-UERJ
Adrianne Ogêda Guedes UNIRIO
Adriana Maria de Assumpção – UNESA
Adriano Vargas – UFF
Alexandra Garcia – UERJ
Aline Dornelles – FURG
Aline Gomes da Silva – INES
Bárbara Araújo Machado – UERJ
Celso Sánchez – UNIRIO
Cristiano Santanna – SEEDUC
Clarissa Quintanilha – UERJ
Denise Najmanovich – CONICET
Felipe da Silva Ponte de Carvalho – UNESA
Francisco Ramallo – UNMdP; CONICET
Gabriel Roizaman – CIIE Avellaneda
Graça Reis – UFRJ
Guilherme Stribel – UNESA/SME-Teresópolis
Inês Barbosa de Oliveira – UNESA
Viviane Castro Camozzato – UERGS
Mônica Knöpker – IFSC
Júlio Valle – USP
Gustavo Taveira – SME/RJ
Jane Rios – UNEB
Instituições nacionais e internacionais com representantes na organização:
Universidade Estácio de Sá – Proponente
Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Gt de Currículo – Ge de Cotidianos)
Instituto Nacional de Educação de Surdos
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Estadual da Paraíba
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande
Universidad Nacional de Mar del Plata
Universidad de La Serena