CRUZAMENTOS DE SINGULARIDADES: SUBVERTENDO A LÓGICA DOS CORPOS DÓCEIS NO COTIDIANO ESCOLAR
Autorx Leonardo Albuquerque [1]
RESUMO
Essa comunicação se faz por cruzamentos de singularidades, numa encruzilhada chamada de sala de aula, que produz encontros corporificados no cotidiano da sala de aula. Onde a proposta é conversar com os corpos que performatizam suas singularidades em relação aos constantes enquadramentos comportamentais por parte do que se considera chamar escola. Por tão longo tempo de escolarização os corpos do cotidiano escolar vão sendo (em)formando por uma séria de procedimentos de uniformização a partir da sala de aula e que refletem se em suas vidas cotidianas. Nesse espaçotempo da sala de aula se espera por parte dos discentes papeis a serem seguidos e desempenhados. A questão que se coloca ao problematizar a performance é o corpo dos discentes para além da ideia de aluno no encontro que se dá no cotidiano da sala de aula. O corpo que por um lado é percebido na escola como um conceito metafísico onde busca-se operar a separação entre mente e corpo, por outro lado é representado pela lógica política liberal moderna de indivíduo isolado, um corpo compreendido na condição de aluno dentro da escola, e fora da escola como um cidadão. Para além dessa definição moderna de corpo o que o constitui como uma singularidade dentre outras singularidades? O fazer aqui é subverter a lógica dos controles que definem o que são corpos dóceis ou não e problematizar de que modo se relacionam os controles disciplinares com as poéticas que esses corpos praticam para performatizar esteticamente o vivido para preservar no espaço da sala de aula e também, no dentro e fora da escola a sua singularidade frente a uniformização que se reforça no cotidiano de uma escola popular de periferia. Esses corpos que ocupam e transitam pelo cotidiano da sala de aula e da escola produzem presença a todo momento, vão performatizando a sua estadia por múltiplas formas de ocupação do espaçotempo do cotidiano escolar, ou seja, burlando desigualdades corporificadas em relações hierárquicas, enquadramentos normatizantes do que se aceita como o normal pautado numa dualidade que classifica e que buscam colocar cada qual em seus lugares. As performances são acontecimentos, movimento de possíveis produzidas por corpos que agem pelas brechas e fissuras, pela fugacidade, em espaçostempos de presenças e ausências. Desse modo, performatizam por meio de seus corpos a vida como um exercício estético, produzindo ações para um espaçotempo presente de (r)existência, mesmo que fugaz, se permitindo sensações que afetam o próprio corpo, um corpo que vive um tempo livre mesmo que controlado no cotidiano escolar. Nesse espaçotempo os corpos partilham vivências de um mundo transbordante de sensações nas relações com outros corpos, que por mais ínfimas que sejam no espaço enquadrado de sua carteira dão vitalidade aos seus próprios corpos em relação ao mundo que os atravessam.
Palavras-chave: Cotidiano escolar, corpo, singularidade. performance, presença.
[1] Mestre em Educação – UERJ (FFP/PPGEUD), Doutorando em Educação – UERJ (FFP/PPGEUD), Professor da Secretaria Estadual de Educação - SEEDUC RJ. Email: albuleo@yahoo.com.br.
Coordenação geral:
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Comissão organizadora:
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Rafael Marques – UFAC
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Diego Carlos -UFF
Guilherme Stribel – UNESA
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Comitê Científico
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Adrianne Ogêda Guedes UNIRIO
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Aline Dornelles – FURG
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Celso Sánchez – UNIRIO
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Francisco Ramallo – UNMdP; CONICET
Gabriel Roizaman – CIIE Avellaneda
Graça Reis – UFRJ
Guilherme Stribel – UNESA/SME-Teresópolis
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Viviane Castro Camozzato – UERGS
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Júlio Valle – USP
Gustavo Taveira – SME/RJ
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Instituições nacionais e internacionais com representantes na organização:
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Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Gt de Currículo – Ge de Cotidianos)
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Universidade Estadual da Paraíba
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande
Universidad Nacional de Mar del Plata
Universidad de La Serena