Este trabalho resulta da pesquisa, “BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) E A CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO NAS ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA”, do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), vinculada ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Currículo e Experiências Escolares (GEPCEE). A pesquisa tem como foco os processos de produção das políticaspráticas curriculares cotidianas, procurando valorizar, sobretudo, as interconexões em torno dos diversos marcadores sociais, tais como: classe social, cultura, raça/etnia, religião, sexualidade e gênero. Essas conexões geram tendenciosidades e dissonâncias em volta das relações, tornando o currículo uma “conversa complicada” (PINER, 2013), marcada por redes discursivas de negociação e resistência no espaçotempo escolar (ALVES, 2001; HONORATO, ALBINO, RODRIGUES, 2019). Assim, o estudo procura elucidar as controvérsias em torno da BNCC do Ensino Fundamental e Médio e sua influência na produção curricular dos professores de Língua Portuguesa e Literatura. Utilizando um aporte teórico-metodológico plural (PEREIRA; ALBINO, 2015), inspirado na bricoleurs (NELSON; TREICHLER; GROSSBERG, 2008), na perspectiva pós-estruturalista e nos estudos nos/dos/com os cotidianos (VEIGA-NETO, 1995; ALVES, 2001; SUSSEKIND, 2012; OLIVEIRA, 2013; LOPES, 2018), a pesquisa estuda as relações de poder na implementação da BNCC, considerando-a como um processo de produção de significados e reconhecendo o currículo como um local de intensas disputas pela fixação de sentidos (ALBINO; MAIA; PEREIRA, 2012; HONORATO; ALBINO; RODRIGUES, 2019). Nesse sentido, procuramos voltar a atenção à importância de uma abordagem que valorize a pluralidade e a diferença, reconhecendo a complexidade das relações de poder no horizonte escolar, contestando o currículo pré-concebido. Logo, os resultados desta pesquisa têm nos possibilitado enxergar a produção curricular, especialmente diante de políticas curriculares homogeneizadoras como a BNCC, que se sujeita a múltiplas interpretações e adaptações que se refletem na diversidade e nas necessidades das comunidades escolares, como um local ativo na (re)construção do currículo. Nesse processo, os professores e os alunos ocupam lugar central na formulação dessas políticaspráticas cotidianas. Além disso, foi possível notar as controvérsias nas práticas docentes a partir dos sentidos que os professores atribuem à BNCC, pois a base não dá conta das transformações que afetam e potencializam o cotidiano e as realidades diversas dos sujeitopraticantes (OLIVEIRA, 2013). Assim, ao falar sobre o cotidiano escolar, é imprescindível considerar que os movimentos que transformam a cultura da escola fortalecem a criação coletiva e individual. Concluímos, assim, que ao adotar essa abordagem, conseguiremos contribuir para uma visão mais flexível e consciente do currículo, que valoriza as necessidades plurais dos indivíduos, partindo de encontro para uma educação igualitária e democrática.
Coordenação geral:
Allan Rodrigues – UNESA/ UFRJ
Comissão organizadora:
Aline Dornelles – FURG
Francisco Ramallo – UNMdP
Luís Paulo Borges – CAp-UERJ
Tiago Ribeiro – CAp- INES
Rafael Honorato – UEPB
Rafael Marques – UFAC
Rossana Godoy Lenz – ULS
Diego Carlos -UFF
Guilherme Stribel – UNESA
Adrianne Ogêda Guedes – UNIRIO
Comitê Científico
André Régis – UFRJ
Ana Patrícia da Silva – CAp-UERJ
Adrianne Ogêda Guedes UNIRIO
Adriana Maria de Assumpção – UNESA
Adriano Vargas – UFF
Alexandra Garcia – UERJ
Aline Dornelles – FURG
Aline Gomes da Silva – INES
Bárbara Araújo Machado – UERJ
Celso Sánchez – UNIRIO
Cristiano Santanna – SEEDUC
Clarissa Quintanilha – UERJ
Denise Najmanovich – CONICET
Felipe da Silva Ponte de Carvalho – UNESA
Francisco Ramallo – UNMdP; CONICET
Gabriel Roizaman – CIIE Avellaneda
Graça Reis – UFRJ
Guilherme Stribel – UNESA/SME-Teresópolis
Inês Barbosa de Oliveira – UNESA
Viviane Castro Camozzato – UERGS
Mônica Knöpker – IFSC
Júlio Valle – USP
Gustavo Taveira – SME/RJ
Jane Rios – UNEB
Instituições nacionais e internacionais com representantes na organização:
Universidade Estácio de Sá – Proponente
Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Gt de Currículo – Ge de Cotidianos)
Instituto Nacional de Educação de Surdos
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Estadual da Paraíba
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande
Universidad Nacional de Mar del Plata
Universidad de La Serena