“EU ANDO COM A LEI NA BOLSA”: POR UMA DOCÊNCIA COMPROMETIDA COM AS CRIANÇAS NEGRAS

“EU ANDO COM A LEI NA BOLSA”: POR UMA DOCÊNCIA COMPROMETIDA COM AS CRIANÇAS NEGRAS

• Autor
• Queiti Cristina Pereira da Silva
• Co-autores
• Débora de Lima do Carmo
• Resumo

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  O presente trabalho dedica-se a compartilhar, como relato de experiência, a trajetória do Grupo de Estudos Independente Crianças Negras na Educação Infantil que teve seu início em 2022 na modalidade remota e que surgiu a partir da inquietação das professoras, e autoras deste trabalho, diante de inúmeros cenários no cotidiano escolar das crianças atravessadas por práticas, ambientes e relações embranquecidas e eurocentradas. Nesse contexto escolar ainda embranquecido, observamos crianças negras invisibilizadas, rotuladas e invalidades. Quantas crianças negras têm suas infâncias negadas e o brilho dos olhos apagados por conta de práticas pedagógicas incapazes de potencializar a beleza e a cultura negra? Diante de tantas inquietações, mobilizamos companheiras e companheiros educadores engajados no combate ao racismo no cotidiano a construir conosco um coletivo de estudos. Para além disso, buscamos instaurar, nesse coletivo, um espaço seguro de troca e acolhimento diante de diversos relatos de racismo, sofridos na própria pele ou observados, na escola. Os encontros pretenderam estudar autores que defendem práticas antirracistas, ampliar repertório literário afrocentrado, bem como impulsionar práticas pedagógicas interdisciplinares. Para tanto, no primeiro ano do ciclo de estudos, o grupo debruçou-se na leitura da obra de Eliane Cavalleiro, “Do silêncio do lar ao silêncio escolar” e, no ano seguinte, elencamos a obra de Silvio de Almeida “Racismo estrutural”, encarando a escola e o racismo institucional em suas diversas nuances. O grupo se constituiu, ao longo do tempo, como um lugar de encontro de educadores no desejo genuíno de estudar as questões etnico-raciais para construção autoral de suas práticas na educação infantil amparadas pela lei 11645/2008 e  comprometida com a valorização da negritude. Enquanto um coletivo de educadores, apostamos na narrativa como possibilidade de questionar como as relações sociais são hierarquizadas a partir da negação das pluralidades e singularidades humanas, promovendo o apagamento e desqualificando processos de produção de conhecimentos baseados nas experiências, paradigmas e metodologias dos grupos minoritários.Uma pesquisa narrativa é encharcada de relatos e histórias de diferentes pessoas, em que pesquisador e pesquisado partilham. Apostamos que nessa circularidade de narrativas compartilhadas entre sujeitos comprometidos com as crianças negras possamos colaborar na construção de práticas pedagógicas antirracistas, práticas que invistam no desenvolvimento integral dessas crianças e que compreendam a importância do pertencimento racial na formação identitária delas.

   

• Palavras-chave
• crianças negras, docência, educação antirracista
• Área Temática
• Eixo 2- Processos formativos, movimentos sociais e coletivos docentes

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