GRUPO DE PESQUISA NA ESCOLA: A CONVERSA COMO CAMINHO DE (AUTO)FORMAÇÃO

  • Autor
  • Inês Pereira Gomes de Oliveira
  • Resumo
  •  

    Este trabalho apresenta discussões acerca de um espaço formativo onde alfabetizadoras se reúnem para pensar coletivamente sobre os desafios enfrentados em suas salas de aula, buscando outras possibilidades de trabalho. Por questões institucionais, esse coletivo docente se transforma em um grupo de pesquisa, mantendo, no entanto, seu foco no aprimoramento das práticas alfabetizadoras. Com essa mudança, partindo do pressuposto que ato de pesquisar está intrinsecamente relacionado às escolhas metodológicas, novas exigências são colocadas. As questões metodológicas ganham destaque à medida que o grupo reconhece a necessidade de refletir sobre os percursos metodológicos da pesquisa. Ao se debruçar sobre este aspecto, há um entendimento de que a dinâmica dos encontros pode fornecer pistas relevantes para o encaminhamento da pesquisa. Os encontros envolvem o estudo de textos teóricos e discussões a partir de narrativas sobre situações vivenciadas em sala de aula. A leitura e a situação relatada são disparadoras da conversa. Uma conversa, na perspectiva de Larrosa (2003, p.12)[1], “[...] não é algo que se faça, mas algo que se entra... e, ao se entrar nela, pode-se ir aonde não havia sido previsto...” A discussão teórica era a possibilidade de adentrar nessa conversa que já vem acontecendo. A partir do vivido e narrado pela professora, essa conversa despertava outras sensações, nos ajudava a pensar com a professora, mas ao mesmo tempo, nos remetia a outras situações vivenciadas e outras histórias acabavam entrando nessa roda. Com Larrosa (2003), entendemos ainda que a conversa envolve diferenças, dúvidas, perplexidades, tomada de consciência, ela se interrompe e muda para outra coisa. Neste sentido, esse trabalho busca explorar as possibilidades da conversa como metodologia de pesquisa em um grupo de formação de professoras. A pesquisa bibliográfica em andamento contribui para essa reflexão, destacando que a pesquisa a partir de experiencias vividas requer uma ação investigativa aberta ao inesperado, capaz de entender os silêncios e as invisibilidades. Assim, este trabalho aborda as potencialidades dessa, que pode ser compreendida como uma metodologia minúscula, não no sentido de ser algo menor, mas sim pela possibilidade de se apresentar como uma metodologia compromissada com as singularidades, capaz de ajudar a olhar para o mínimo e produzir não só assombros e perplexidades, mas também encantamentos. (Sampaio; Ribeiro; Souza, 2018)[2].


    [1] LARROSA, J.   A arte da conversa. In: SKLIAR, C. Pedagogia improvável da diferença. E se o outro não tivesse aí? Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

    [2] SAMPAIO, C. S. S.; RIBEIRO, T.; SOUZA, R. Conversa como metodologia de pesquisa: por que não? Rio de Janeiro: Ayvu, 2018.

     

  • Palavras-chave
  • Conversas, Metodologia de Pesquisa, Autoformação Docente.
  • Área Temática
  • Eixo 2- Processos formativos, movimentos sociais e coletivos docentes
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  • Eixo 1- Saberes, práticas e experiências educativas instituintes
  • Eixo 2- Processos formativos, movimentos sociais e coletivos docentes
  • Eixo 3- Corpos, poéticas e políticas com os cotidianos educativos
  • Eixo 4- Epistemologias plurais e decolonialidade na pesquisa
  • Eixo 5- Currículos, diferenças e iterseccionalidades na cena educativa

Coordenação geral:

Allan Rodrigues – UNESA/ UFRJ

Comissão organizadora:

Aline Dornelles – FURG
Francisco Ramallo – UNMdP
Luís Paulo Borges – CAp-UERJ
Tiago Ribeiro – CAp- INES
Rafael Honorato – UEPB
Rafael Marques – UFAC
Rossana Godoy Lenz – ULS
Diego Carlos -UFF
Guilherme Stribel – UNESA
Adrianne Ogêda Guedes – UNIRIO

Comitê Científico

André Régis – UFRJ
Ana Patrícia da Silva – CAp-UERJ
Adrianne Ogêda Guedes UNIRIO
Adriana Maria de Assumpção – UNESA
Adriano Vargas – UFF
Alexandra Garcia – UERJ
Aline Dornelles – FURG
Aline Gomes da Silva – INES
Bárbara Araújo Machado – UERJ
Celso Sánchez – UNIRIO
Cristiano Santanna – SEEDUC
Clarissa Quintanilha – UERJ
Denise Najmanovich – CONICET
Felipe da Silva Ponte de Carvalho – UNESA
Francisco Ramallo – UNMdP; CONICET
Gabriel Roizaman – CIIE Avellaneda
Graça Reis – UFRJ
Guilherme Stribel – UNESA/SME-Teresópolis
Inês Barbosa de Oliveira – UNESA
Viviane Castro Camozzato – UERGS
Mônica Knöpker – IFSC
Júlio Valle – USP
Gustavo Taveira – SME/RJ
Jane Rios – UNEB

Instituições nacionais e internacionais com representantes na organização:

Universidade Estácio de Sá – Proponente
Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Gt de Currículo – Ge de Cotidianos)
Instituto Nacional de Educação de Surdos
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Estadual da Paraíba
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande
Universidad Nacional de Mar del Plata
Universidad de La Serena