PARA CONVERSAR NA EDUCAÇÃO: O PROFESSOR DE MATEMÁTICA TEM FUNÇÃO SOCIAL?

PARA CONVERSAR NA EDUCAÇÃO: O PROFESSOR DE MATEMÁTICA TEM FUNÇÃO SOCIAL?

• Autor
• Giovani Bonifacio Nery Bemvenuto dos Santos
• Co-autores
• Eduarda Dantas Ferreira Moreira da Silva
• Resumo

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  Nascido do encontro entre dois professores de matemática, um formado e uma em formação, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o presente trabalho se propõe instigar reflexões a respeito da função social que atravessa a prática docente da/com a matemática na Educação Básica. Essa investigação, em fase inicial, tem como fio condutor as conversas que estabelecemos ao analisarmos as experiências vividas em nossos cotidianos pedagógicos e os enfrentamentos que nos perpassam. Tais conversas também têm como ponto de encontro a identificação de uma carência de espaços, em nossa formação inicial, nos quais pudéssemos discutir a respeito das circunstâncias sociais e culturais que perpassam a sala de aula em sua dimensão prática. Circunstâncias essas que passaram a nos atravessar e inquietar quando iniciamos nossa atuação como bolsistas no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Concordamos que foi a partir da vivência no PIBID, ao entrarmos em contato direto com o chão da escola, que pudemos observar o quanto a sociedade tem se pautado em um discurso que promove a educação como um produto, cuja finalidade é o treinamento para o mercado de trabalho e disputas para ocupar posições cada vez mais altas em avaliações de grande escala. Nos inquieta o fato disso reforçar a visão de que a educação é um processo que objetiva o acúmulo de conteúdos programados e definidos pela demanda do mercado. O que, em nossa percepção, distancia o corpo social da escola de uma experiência educativa baseada nos princípios de liberdade e solidariedade, cuja finalidade é, portanto, a formação integral de sujeitos que transformem suas realidades e assumam posicionamento crítico diante daquilo que lhes acontece, construindo e partilhando saberes na/com a comunidade na qual estão inseridos. Nesse sentido, acreditamos que nossa atuação como professores de matemática precisa ser balizada no princípio de que somos, antes tudo sujeitos-professores compromissados com essa perspectiva disruptiva de educação. Diante disso, a “ciência exata” matemática e as potências didáticas que dela se desdobram operam não como objetivo final de nossa prática pedagógica e sim como meio pelo qual nos aproximamos daquilo que compreendemos, portanto, como educação. Empenhados, assim, em pensar coletivamente, acreditamos que a partilha dessas reflexões com outros professores-pesquisadores interessados também em construir a escola como ambiência democrática, pode gerar novos e potentes diálogos a respeito da responsabilidade social que deve guiar a atuação do professor de matemática na Educação Básica.

• Palavras-chave
• Educação, Escola, Educação Matemática, Formação, Prática Pedagógica
• Área Temática
• Eixo 1- Saberes, práticas e experiências educativas instituintes

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