O presente trabalho é fruto de minha pesquisa de doutoramento desenvolvida entre os anos de 2020 e 2023, em que investiguei a relação entre imagens e a educação dos corpos no ocidente. Através da metodologia cartográfica, dentro dos saberes construídos nos Estudos da Cultura Visual e dialogando com ideias do filósofo italiano Giorgio Agamben, debrucei-me principalmente sobre produções científicas, literárias e iconográficas ocidentais, numa pesquisa de cunho bibliográfico que se deu no contexto da pandemia do COVID-19, com o isolamento imposto para combatê-la. Por ser uma pesquisa cartográfica, não busquei resultados, mas a construção de um mapa de conceitos não fechados. Dessa forma, ao chocar imagens e ideais que constituem corpos viventes, propus outro olhar para conceitos que embasam nossa sociedade ocidental propondo caminhos para a educação, tais como: quebrar a falsa dicotomia indivíduo-sociedade, na construção de uma educação para o ser que vem, o ser qualquer, que está em relação original com o desejo, uma educação que não se volte jamais a esta ou aquela propriedade do amado, que se faz nem particular nem universal; educar corpos para o comum, numa educação comunitária que valoriza o compartilhar, o visualizar o outro e não só o olhar para si e para a conquista individual, que desativa, assim, os mecanismos do espetáculo que direcionam o desejo pelo aparecer, pelo parecer; educar no vazio de maneira a vislumbrar outras formas de ser, nas quais ser ético implica na experiência da própria impotência, em que o ser humano resultante é uma figura frágil que vive no hiato, no vazio, entre o ser humano e o animal; constituir uma utopia perante a desesperança, uma que se dê maneiras de esperançar o mundo, mas que não seja uma utopia do futuro, mas deste exato momento; constituir contra-visualidades, uma educação em que os corpos saibam que podem agir, produzindo imagens transgressoras dos papéis nos quais são visualizados como inferiores, servos e dominados; a democracia da presença corporal nos espaços, por corpos vivos e combatentes, corpos antifascistas, corpos de ocupação, corpos atuantes no agenciamento de suas formas de vida.
Coordenação geral:
Allan Rodrigues – UNESA/ UFRJ
Comissão organizadora:
Aline Dornelles – FURG
Francisco Ramallo – UNMdP
Luís Paulo Borges – CAp-UERJ
Tiago Ribeiro – CAp- INES
Rafael Honorato – UEPB
Rafael Marques – UFAC
Rossana Godoy Lenz – ULS
Diego Carlos -UFF
Guilherme Stribel – UNESA
Adrianne Ogêda Guedes – UNIRIO
Comitê Científico
André Régis – UFRJ
Ana Patrícia da Silva – CAp-UERJ
Adrianne Ogêda Guedes UNIRIO
Adriana Maria de Assumpção – UNESA
Adriano Vargas – UFF
Alexandra Garcia – UERJ
Aline Dornelles – FURG
Aline Gomes da Silva – INES
Bárbara Araújo Machado – UERJ
Celso Sánchez – UNIRIO
Cristiano Santanna – SEEDUC
Clarissa Quintanilha – UERJ
Denise Najmanovich – CONICET
Felipe da Silva Ponte de Carvalho – UNESA
Francisco Ramallo – UNMdP; CONICET
Gabriel Roizaman – CIIE Avellaneda
Graça Reis – UFRJ
Guilherme Stribel – UNESA/SME-Teresópolis
Inês Barbosa de Oliveira – UNESA
Viviane Castro Camozzato – UERGS
Mônica Knöpker – IFSC
Júlio Valle – USP
Gustavo Taveira – SME/RJ
Jane Rios – UNEB
Instituições nacionais e internacionais com representantes na organização:
Universidade Estácio de Sá – Proponente
Anped – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
(Gt de Currículo – Ge de Cotidianos)
Instituto Nacional de Educação de Surdos
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Estadual da Paraíba
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande
Universidad Nacional de Mar del Plata
Universidad de La Serena