Introdução: A violência psicológica é uma forma de agressão que afeta a saúde mental e o bem-estar dos trabalhadores de enfermagem, especialmente mulheres. Ela se caracteriza por atos de humilhação, ameaça, chantagem, isolamento, discriminação ou assédio moral, que podem ocorrer entre colegas, chefias, pacientes ou familiares. A violência psicológica pode gerar consequências negativas para os profissionais de enfermagem, como estresse, ansiedade, depressão, burnout e suicídio. Objetivo: Descrever, mediante revisão da literatura, a prevalência de violência psicológica entre profissionais da enfermagem. Metodologia: Revisão integrativa, baseada na seguinte pergunta norteadora: “Qual a prevalência de violência psicológica entre profissionais de enfermagem?”. A coleta de dados foi realizada nas bases: SciELO e BVS, com os Descritores em Ciências da Saúde (DeCS/MeSH) em português e inglês: “Violência”; “Prevalência”; “Enfermagem”. O operador booleano AND foi utilizado. Os critérios de inclusão foram: artigos publicados em qualquer período e em qualquer idioma, disponíveis na íntegra. Foram excluídos: duplicatas e literatura cinza. A seleção das publicações foi feita por meio da leitura do título, resumo e por fim, do texto completo. Resultados: Em um estudo foram identificados 88 casos de violência psicológica em uma rede hospitalar pública de um município, com agressão verbal sendo o subtipo mais frequente, abrangendo 95% (N=84) dos casos, seguido por assédio moral com 27% (N=24) dos casos. Uma correlação foi observada entre menor idade e tempo de experiência no serviço com uma maior incidência de violência. Enfermeiros, com média de nove anos de experiência, foram mais afetados, com 72% (13) dos 18 trabalhadores entre 20-39 anos relatando violência. Em relação aos agressores, pacientes foram os principais perpetradores em 60% (53) dos casos, seguidos por parentes ou acompanhantes com 32% (28), colegas de mesmo nível hierárquico com 31% (27), e administradores ou chefia com 20% (17). Em outro estudo, foi revelado que todos os sujeitos enfrentaram alguma forma de violência no local de trabalho, sendo a agressão verbal a mais prevalente (92,9%). Os agressores foram majoritariamente identificados como usuários (42%), familiares de usuários (32%), e, em menor escala, outros profissionais de saúde e supervisores. A violência ocorreu predominantemente no turno da manhã, dentro do ambiente de trabalho, sendo a comunicação inadequada e a insatisfação com o sistema de saúde as principais causas identificadas. Consequentemente, a violência psicológica notada afeta negativamente o bem-estar mental e físico dos trabalhadores, com relatos de estresse, sofrimento psíquico e outros problemas de saúde associados. Além disso, 42,9% dos participantes procuraram algum tipo de ajuda, predominando a busca por suporte religioso, psicológico ou médico. No entanto, a maioria não procurou auxílio, citando o medo de represálias e a falta de tempo como barreiras principais. Considerações Finais: Este estudo permitiu observar que a prevalência de violência psicológica entre profissionais de enfermagem é considerável, sendo a maioria perpetuada pelos usuários, fato que leva a condições desfavoráveis de saúde. Portanto, é necessário desenvolver estratégias de prevenção, denúncia e apoio psicossocial para enfrentar esse problema.
Comissão Organizadora
Ananda Coelho
Aryadne Feitosa Candeira
Beatriz Souza da Conceição
Comissão Científica
Náthaly Oliveira Youssef de Novaes Issa