Introdução: A violência sexual provoca impactos na vida das mulheres através de danos físicos e psicológicos. É também considerada um problema de Saúde Pública e se relaciona com os termos constranger, ameaçar, praticar ou permitir o ato libidinoso. Ademais, as mulheres são as principais vítimas de violência, abuso e importunação sexual. E quando uma vítima procura auxílio e cuidados após sofrer uma agressão sexual, na maioria das vezes, o primeiro profissional de saúde que a atende é um enfermeiro. Assim, é de extrema importância a capacitação de enfermeiros para prestar o cuidado adequado às mulheres vítimas de abuso. Objetivo: Verificar na literatura científica a atuação dos profissionais de enfermagem no atendimento às mulheres vítimas de violência sexual. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa utilizando as bases Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) e Scientific Eletronic Library Online ( Scielo), via Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), com estudos publicados entre 2020 e 2023, com vistas a responder à questão norteadora: “ Como é a atuação dos profissionais da enfermagem frente às mulheres vítimas de violência sexual?”, utilizando-se as palavras-chave: “Cuidados de enfermagem”, “Violência sexual”, “Mulher”, “ Violência sexual e danos causados na vítima” e “Ações na assistência à mulher vítima de abuso sexual atribuída ao enfermeiro”. Do total de 177 referências, foram selecionadas 5 que abordaram a atuação da enfermagem no atendimento às mulheres vítimas de violência sexual. Resultados e discussão: Evidenciou-se o medo das pacientes em relatar o ocorrido durante o atendimento. Com isso, o enfermeiro deve estar preparado e demonstrar apoio a vítima, seguir a política de consentimento, zelando pela privacidade da mesma. Enfatiza-se que atitudes acolhedoras por parte de enfermeiros corroboraram com 84,9% do retorno de pacientes às consultas de enfermagem ambulatorial após o evento traumático. Nesse sentido, evidencia-se pontos importantes a serem seguidos na assistência em enfermagem, como: não julgar, buscando não reforçar estereótipos de culpabilização; garantir o sigilo e privacidade, reforçando a segurança da unidade e a confidencialidade dos registros; garantir que a paciente saiba os meios para pedir ajuda, deixando-a decidir como lidar com a situação. O profissional deve, também, fazer anotações mantendo o caráter legal do documento, atentando-se tanto para a escrita legível, como para a utilização de termos adequados, como “informa”, “narra”, objetivando deixar explícito que está registrando o relato da paciente sem impressões pessoais. Além do mais, os artigos analisados destacaram a falta de capacitação e a necessidade em incluir tal temática nos cursos de graduação em enfermagem, além do cuidado clínico dos sinais físicos deixados pela violência, como visto em um estudo realizado no Brasil, no qual 93% dos enfermeiros que atendiam mulheres em situação de violência sexual, apesar de reconhecerem a importância da coleta e da preservação dos vestígios deixados após a violência sexual, não conheciam as técnicas de coleta desses vestígios. Conclusão: Assim, faz-se necessário que os profissionais de enfermagem estejam mais preparados para atuar frente às situações de mulheres vítimas de violência sexual e que tais discussões precisam ser inseridas no âmbito da formação em enfermagem.
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Náthaly Oliveira Youssef de Novaes Issa