Introdução: A lesão autoprovocada é a violência que a pessoa inflige a si mesmo, podendo ser subdividida em comportamento suicida e em autoagressão (engloba atos de automutilação, incluindo arranhaduras, cortes e mordidas até as mais severas. A Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10) considera como autoprovocados, as lesões e os envenenamentos intencionalmente desferidos pela própria pessoa a si mesma e as tentativas de suicídio. Objetivo: Identificar o perfil epidemiológico das lesões autoprovocadas no Brasil entre 2020 e 2022. Metodologia: Trata-se de um estudo com informações retiradas do Sistema de Informação de Agravos e Notificação – SINAN. Tendo sido coletadas informações referentes a faixa etária, escolaridade, raça, local de ocorrência. Resultados: Entre os anos de 2020 e 2022 foram notificados 369.905 casos de lesão autoprovocadas no Brasil. O gênero feminino teve o maior número de registro com 258.262 casos. A maioria dos casos (110.024 casos) aconteceram entre 20 e 29 anos. Em relação a escolaridade, a maioria das vítimas tinham ensino médio completo (67.353 casos). A maioria dos eventos (303.840 casos) aconteceram na residência seguidos de via pública. Em relação ao instrumento utilizado houve destaque para envenenamento (224.619 casos), objetos perfurocortantes (66.775 casos) e arma de fogo (2.183 casos). Conclusão: o sofrimento psíquico associado aos altos índices de ansiedade e depressão tem levado a um maior número de atentados contra a própria vida. A elevada prevalência indica a necessidade do fortalecimento das políticas públicas que visem promover qualidade de vida e saúde mental. Bem como, o fortalecimento das ações de saúde no diagnóstico, tratamento e seguimento desses pacientes.
Comissão Organizadora
Ananda Coelho
Aryadne Feitosa Candeira
Beatriz Souza da Conceição
Comissão Científica
Náthaly Oliveira Youssef de Novaes Issa