Introdução: No contexto brasileiro, apesar da política de saúde universal, as mulheres trans enfrentam discriminação e violência em várias áreas da vida, incluindo o mercado de trabalho, o acesso a Saúde e educação. A transexualidade foi reclassificada como "incongruência de gênero" no DSM-5, mas as barreiras no acesso aos serviços de saúde, ainda são persistentes, resultando em piores indicadores de saúde mental e qualidade de vida, para esta população. Objetivo: Este estudo tem como objetivo investigar a violência no acesso à saúde enfrentada pelas mulheres trans no Brasil, analisando as barreiras existentes nos serviços de saúde e as consequências dessas dificuldades em sua saúde mental e qualidade de vida. Metodologia: Consiste em uma revisão integrativa da literatura, do tipo descritiva, realizada por meio da seleção de artigos científicos publicados na base de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Foram utilizados os seguintes Descritores em Ciência da Saúde (Decs): Pessoas transgênero; Serviço de saúde; Saúde mental; Políticas de saúde, combinados entre si através do Operador Booleano “AND”. Foram utilizados artigos completos, gratuitos dos últimos cinco anos que respondessem ao objetivo proposto. Resultados e Discussão: As experiências trans impactam negativamente a saúde mental, levando a problemas como depressão, ansiedade, ideação suicida e abuso de substâncias, originados da transfobia. O acesso ao processo transexualizador e a garantia dos direitos civis, como a mudança do nome social, são cruciais para melhorar a qualidade de vida. Apoio familiar e social é fundamental, mas a ausência ou fragilidade dessa rede intensifica o sofrimento. A falta de preparo dos profissionais de saúde e a falta de acesso aos cuidados adequados levam as mulheres trans a evitar os serviços de saúde. Conclusão: O estudo revela a necessidade de uma abordagem despatologizadora por parte dos profissionais de saúde, incluindo psicólogos(as), reconhecendo as experiências e subjetividades das mulheres trans. Práticas de cuidado sensíveis à diversidade e à diferença nas experiências de gênero e sexualidade são essenciais, visando uma intervenção mais centrada na experiência e materialidade trans. A promoção da autonomia das pessoas trans e a construção de uma rede de cuidado colaborativo são fundamentais para eliminar a discriminação e opressão no sistema de saúde, permitindo que as mulheres trans afirmem suas identidades de gênero e vivam plenamente suas vidas.
Comissão Organizadora
Ananda Coelho
Aryadne Feitosa Candeira
Beatriz Souza da Conceição
Comissão Científica
Náthaly Oliveira Youssef de Novaes Issa