INTRODUÇÃO: O Brasil é conhecido pela pluralidade racial, pois historicamente o país foi povoado por brancos, negros, indígenas, asiáticos e mestiços. No contexto da reforma psiquiátrica toda sociedade foi vítima da estrutura arcaica e conservadora existente nos manicômios, entretanto estudos revelam a desigualdade racial sofrida pela população negra. OBJETIVO: Identificar a relação entre a reforma psiquiátrica e a questão racial no Brasil. MÉTODO: Trata-se de uma revisão de literatura narrativa. Foram realizadas buscas na BVS e SciELO. Foram utilizados os descritores de acordo com o DECS e a busca foi realizada através da associação “Racismo AND Hospitais psiquiátricos AND Saúde mental”. Foram utilizados como critérios de inclusão os textos que tratavam de maneira clara o tema abordado, publicados entre 2017 - 2022, em português, inglês ou espanhol. Foram excluídos os artigos duplicados nas bases de dados. RESULTADOS: Foi possível identificar que reforma psiquiátrica trouxe avanços significativos na assistência ao paciente em sofrimento mental, todavia a desigualdade social ainda é um problema atual que permeia os serviços de saúde. Os estudos revelaram que a maioria dos pacientes em longa permanência em hospitais psiquiátricos são negros e os transtornos mentais estão entre as principais causas de mortes dessa população, inclusive muitos óbitos ocorreram durante a luta manicomial. Já faz mais de 20 anos desde os acontecimentos da reforma psiquiátrica, mas a luta racial ainda é diária. Atualmente, os CAPS têm desempenhado a função de acolhimento, inclusão, proteção e reabilitação dos pacientes psiquiátricos, porém pouco se fala sobre o acesso de negros a esse serviço e a utilização da categoria raça/cor nos estudos voltados a saúde mental no âmbito da desigualdade social. CONCLUSÃO: Torna-se essencial que mais estudos voltados a raça/cor sejam realizados em CAPS para uma melhor dimensão dos efeitos da desigualdade racial na vida dos pacientes negros em sofrimento mental.
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