Os pacientes internados na UTI são alvo de um gama de alterações endócrino-metabólica e imunológica que contribuem para aumento de suas necessidades nutricionais, o que torna necessário uma dietoterapia eficaz. Contudo, frequentemente o volume prescrito não é infundido efetivamente devido a circunstâncias da rotina hospitalar. Assim o trabalho tem o objetivo de identificar o percentual médio de volume infundido inadequado das dietas via sonda enteral em pacientes internados na UTI de um hospital terciário em um período de doze meses entre 2018 e 2019. Realizado por meio da coleta de dados secundários de indicadores de qualidade da unidade hospitalar que quantificam o percentual médio de volume infundido inadequado mensal e causas da inadequação de pacientes recebendo dieta por terapia nutricional enteral, excluindo dieta zero e outras vias de administração da dieta (via oral e parenteral). Conforme os resultados observou-se uma infusão do volume inadequada em 51,1% entre esses 12 meses, superior à meta (<20%), correspondendo a uma média de 81,5 (±1,59) dietas não administradas corretamente por mês. Entre os principais motivos destacam-se principalmente a ausência de relato pela equipe de enfermagem (39,2%), seguido de exames e procedimentos cirúrgicos (19,1%), extubação (8%), ocorrências na sonda (8%), diarreia (7,5%) e êmese/estase (9%). Diante deste cenário, é relevante uma maior sensibilização, engajamento e treinamento da equipe de assistência sobre a importância da infusão de dietas, bem como o registro correto das informações. Além disso, considera-se minimizar ao máximo períodos de jejum para procedimentos, e também estabelecer protocolos hospitalares para ocorrências como diarreia, não sendo a suspensão da dieta uma primeira alternativa.