O diagnóstico de insuficiência coronariana e choque cardiogênico, sabidamente está relacionado a uma alta taxa de morbi/mortalidade. Métodos modernos têm sido utilizados no tratamento desta patologia, principalmente nos casos de maior instabilidade hemodinâmica. O objetivo deste resumo é demonstrar a abordagem do choque cardiogênico ocasionado por infarto agudo do miocárdio (IAM), através do uso de um dispositivo de assistência ventricular (Impella), realizado pela nossa equipe de hemodinâmica e de terapia intensiva. Trata-se de um resumo de experiência, obtido através da revisão de prontuário médico, após aprovação da comissão de ética e pesquisa do hospital. Este paciente possuía como diagnóstico de admissão, insuficiência cardíaca descompensada após realização prévia de angioplastia de coronária descendente anterior, devido a IAM com supra desnivelamento do seguimento ST. Apresentou piora hemodinâmica, sendo submetido a novo cateterismo, evidenciando oclusão de coronária descendente anterior, sendo necessária nova angioplastia. Concomitantemente, possuía diagnóstico de arteriopatia grave, acometido por trombose bilateral de artérias ilíacas, com tentativa prévia de revascularização há três anos da admissão, caso que impossibilitava instalação do balão intra-aórtico. Por piora hemodinâmica, o paciente cursou com insuficiência ventricular grave e parada cardiorrespiratória em ritmo de fibrilação ventricular. Devido a insuficiência cardíaca grave estabelecida, foi solicitada instalação do Impella. Como resultado, observamos melhora hemodinâmica considerável, havendo redução de drogas vasoativas e melhora do débito cardíaco e da perfusão coronariana, contribuindo para uma melhor evolução clínica do paciente. O Impella funciona como uma bomba sanguínea que aspira sangue do ventrículo esquerdo e o ejeta na aorta, levando a um aumento do débito cardíaco, melhorando a perfusão coronariana. Pela rapidez e facilidade com que pode ser implantado, conclui-se que, quando indicado, promove rápida melhora da condição hemodinâmica. Assim, sua utilização muito contribui nos casos de choque cardiogênico refratário às medidas clínicas usualmente utilizadas e seu uso mais rotineiro poderia melhorar o prognóstico desta condição.