Introdução: O uso de neuroimagem avançada para definição e indicação de trombectomia como tratamento do acidente vascular cerebral isquêmico já é algo bem estabelecido por grandes estudos multicêntricos, como o estudo DAWN e DEFUSE 3. Dentre as modalidades de neuroimagem avançada podemos citar a RNM por difusão e TC perfusão, importantes métodos para definir a relação entre o volume do core isquêmico e o volume da perfusão. Segundo o estudo DAWN, considera-se elegível para trombectomia mecânica todo paciente com escala de NIHSS >10 e tempo de evolução entre 6 e 24 horas, sendo fundamental a existência de um Mismatch Clínico-Radiológico, ou seja, uma significativa desproporcionalidade entre a severidade clínica e a neuroimagem avançada (grande severidade clínica versus pequeno volume de infarto). Critério este que deve ser avaliado preferencialmente por difusão na RNM ou por TC perfusão. Objetivo: Com este relato buscamos demonstrar o uso do critério Mismatch clínico-radiológico para indicação de trombectomia mecânica no tratamento do AVC isquêmico, sem necessariamente usar as técnicas avançadas de neuroimagem citadas acima. Método: Foi realizada a revisão de prontuário de uma paciente, M.M, sexo feminino, 59 anos que deu entrada no Hospital Governador Celso Ramos em Florianópolis-SC, com relato de acordar e evoluir com hemiplegia a esquerda. Na chegada foi avaliada por equipe de neurologia 15 minutos após admissão hospitalar, apresentando inicialmente NIHSS=19, Aspects=9, Rankin prévio=0, sem indicação de trombólise por estar fora da janela de 4,5 horas.Neste caso foi realizado Angiotomografia de crânio demonstrando provável trombo em segmento M1 de ACM distal direita, sendo indicado a realização de trombectomia mecânica. Um dia após a realização da trombectomia apresentava NIHSS= 6 e no momento da alta do hospital NIHSS=4 e Rankin=2. Conclusão: Nesse sentido, a evolução no tratamento do AVC nos últimos 2 anos é clara e o tempo de evolução em casos selecionados não é um limitador para terapia endovascular.